Uruguai terá 2º turno entre esquerda e direita: Orsi X Delgado

Votação ocorrerá em 24 de novembro

O esquerdista Yamandú Orsi, pupilo do ex-presidente José “Pepe” Mujica, e o candidato do governo de centro-direita Álvaro Delgado disputarão o segundo turno para definir o próximo presidente do Uruguai. Orsi, da Frente Ampla, obteve 43,9% dos votos, segundo anunciou a Corte Eleitoral na madrugada desta segunda-feira (28). O Partido Nacional, de Álvaro Delgado, aparece em segundo, com 26,7%; e o Partido Colorado, de Andrés Ojeda, com 16%, segundo resultados oficiais.

O comparecimento às urnas foi de 89%, segundo as autoridades eleitorais uruguaias. Para que a eleição fosse definida neste domingo, um dos candidatos precisaria de mais de 50% dos votos. O segundo turno ocorre em 24 de novembro.

O ex-presidente José Mujica foi um dos quase 3 milhões de uruguaios a votar neste domingo. “Talvez seja o meu último voto”, disse, em uma cadeira de rodas e cercado de câmeras de televisão. O ex-guerrilheiro de 89 anos se recupera de problemas derivados de um câncer de esôfago, mas foi muito ativo na campanha e uma das primeiras pessoas a votar neste domingo.

Mujica fez um discurso em tom de despedida no último sábado (19) durante evento da campanha de Orsi, apesar de sua situação de saúde. Com uma fala contundente e comovente na praça 1º de Maio, em Montevidéu, o líder histórico, que presidiu o Uruguai de 2010 a 2015, defendeu a necessidade de um governo que “abra o coração e a cabeça com todos do país”.

 

Plebiscito

Além de votar para presidente, deputados e senadores neste domingo, a população do Uruguai decidiu sobre um polêmico plebiscito para emendar a Constituição em matéria de seguridade social. As projeções indicam que esta proposta não foi aprovada.

A iniciativa alteraria o artigo 67 da Carta Magna para proibir os sistemas de poupança individual com fins de aposentadoria, fixar a idade mínima de aposentadoria em 60 anos e estabelecer que as aposentadorias não podem ser menores que o salário mínimo nacional (aproximadamente R$ 3 mil).

Em outras palavras, o Estado teria o monopólio da seguridade social e eliminaria as Administradoras de Fundos de Economia Previdenciária (AFAPs), entes privados do sistema misto de previdência social vigente desde 1996. Além disso, deixaria sem efeito a lei de reforma previdenciária de 2023 que elevou aos 65 anos a idade mínima de aposentadoria.

(Foto: EFE/Federico Gutiérrez/Gastón Britos)

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