Úrsula von der Leyen quer Europa pronta a se defender da Rússia

Henrique Acker (correspondente internacional  –    Em sintonia com as diretrizes da OTAN e do governo dos EUA, a Presidente reeleita da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, anunciou o roteiro que pretende seguir nos próximos cinco anos a frente do bloco europeu: alargar as fronteiras da União Europeia para o Leste da Europa, investir em mais armas e uma posição dura contra a Rússia.

Em discurso aos deputados do Parlamento Europeu antes da votação, Von der Leyen anunciou que pretende construir “uma verdadeira União Europeia de Defesa”. Prometeu para os próximos anos investimentos em capacidades de defesa de alta tecnologia e a criação de projetos comuns, como um sistema abrangente de defesa aérea europeia.

 

Apoio incondicional à Ucrânia

Von der Leyen alertou para a necessidade de uma posição firme e unida da União Europeia contra a agressão russa, afirmando que a Europa “estará com a Ucrânia o tempo que for necessário”.

Criticou também a recente visita de Viktor Órban a Moscou, considerando que os objetivos do primeiro-ministro da Hungria e atual Presidente do Conselho da UE passam por fazer concessões à Rússia. “Esta chamada missão de paz não foi nada além de uma missão de apaziguamento. Isto foi uma clara missão de apaziguamento”, enfatizou, em tom de voz mais elevado.

 

Imigração e segurança interna

Referindo-se à questão da imigração, a Presidente da Comissão Europeia prometeu reforçar a Europol e a Frontex, propondo triplicar o número de guardas de fronteira e costeiros europeus (atualmente são cerca de 10 mil). “A segurança da Europa é dever da Europa”, afirmou.

Von der Leyen também pretende desenvolver parcerias abrangentes, envolvendo os países da região do Mediterrâneo, principal acesso de imigrantes à Europa. “Os desafios da migração precisam de uma resposta europeia com uma abordagem justa e firme, baseada nos nossos valores,” afirmou.

 

Mídia, democracia e ampliação da UE

A Presidente da Comissão Europeia anunciou a criação de um “Escudo Europeu da Democracia”. No seu discurso, informou que vai propor “uma estrutura dedicada a combater a manipulação e interferência de informações estrangeiras”.

Von der Leyen defendeu a ampliação da União Europeia, visando incluir os países dos Bálcãs Ocidentais, a Ucrânia, a Moldávia e a Geórgia. No seu discurso, afirmou que “completar a nossa União é também do nosso interesse central”. Prometeu ainda apoiar os países candidatos por meio de investimentos e reformas. “O futuro deles será livre e próspero, dentro da nossa União,” garantiu.

 

Habitação, clima e direitos das mulheres

Úrsula von der Leyen destacou também a necessidade de tornar o mercado único europeu mais profundo e dinâmico, prometendo mobilizar mais financiamento privado e criar um Fundo Europeu de Competitividade. Von der Leyen comprometeu-se também com a meta de 90% de redução das emissões de gases poluentes até 2040.

A dirigente europeia prometeu um Plano Europeu de Habitação Acessível. “É assim que podemos fortalecer a nossa sociedade”, destacando a importância de apoiar as pessoas onde é mais necessário. Von der Leyen anunciou ainda um Roteiro para os Direitos das Mulheres, visando avançar na igualdade de gênero e combater a violência contra as mulheres.

Por Henrique Acker (correspondente internacional)

 

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Fontes:

Diário de Notícias (Lisboa)

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