Um mês após assassinato do irmão, Sâmia Bomfim diz que não sabe ‘como voltar a tocar a vida’

De licença médica desde o dia seguinte da tragédia, em 5 de outubro, a deputada afirma que sabe de coisas ainda não divulgadas sobre a investigação e os desdobramentos do assassinato de Diego Bomfim e outros dois médicos por milicianos no Rio de Janeiro.

 

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP) divulgou uma carta emocionada neste domingo (5), um mês após o assassinato brutal do irmão Diego Ralf Bomfim, que foi morto por milicianos supostamente por engano junto com os também médicos Marcos Andrade de Castro e Perseu Ribeiro Almeida no Rio de Janeiro. De acordo com a parlamentar, os últimos dias têm sido “os mais difíceis” da sua vida.

“Ainda não sei como vou voltar a tocar a vida, o mandato, como voltar a dar sentido a tudo. Ainda dói muito, choramos todos os dias, toda hora. Esses estão sendo os dias mais difíceis da minha vida. Estou em licença saúde, tentando cuidar da minha saúde mental, dos meus pais, minha irmã. Cuidando do meu filho”, disse Sâmia em da carta postagem nas redes sociais.

A deputada revelou ainda que sabe de coisas ainda não divulgadas sobre a investigação do crime. “Há muitas coisas sobre o que aconteceu, sobre a investigação, os desdobramentos, as providências, as sucessivas violências, que nunca expus. Um dia o farei”, garantiu.

“O Brasil tem um trauma social muito grande diante da falência do sistema de segurança pública, de crimes bárbaros sem resolução, das instituições que, ao invés de serem solução, são parte do problema. Para fora este crime bárbaro no Rio é um marco chocante dessa nova etapa do caos de violência que acomete o Rio. Mas, pra minha família, ser racional diante dos fatos é muito difícil. Para nós é dor, saudade, tristeza, revolta. São muitos sonhos interrompidos, muita injustiça. É, acima de tudo, a perda precoce de uma pessoa maravilhosa, de quem tive o privilégio de ser irmã”, enfatizou.

Por fim, a deputada diz que se lembra da última vez que viu Diego e que guarda o último áudio enviado pelo irmão. “Me lembro da última vez que nos vimos. Ele tinha voltado de viagem e passou em casa tarde da noite para ver meu filho e confidenciar preocupações. Também tenho gravado o último áudio que me mandou: são dicas de cuidados com meu filho, que estava doente. Obrigada por tudo, Du”, diz a parlamentar, que restringiu os comentários na publicação.

Evidenciando a violência que sofre mesmo neste momento de dor, Sâmia, que está de licença desde o dia seguinte do crime, dia 6 de outubro, ainda informa que restringiu os comentários na postagem “por respeito à memória do meu irmão”.

(Foto: Reprodução/Facebook)

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