Primo letal do Ebola, o vírus Marburg começou a se espalhar por países da África.
Pelo menos quatro nações africanas já foram alcançados pelo perigoso patógeno: Tanzânia, Uanda, Ruanda e Burundi.
Informação é do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês)que alertou nesta quarta-feira, 22, para o risco de que o surto se espalhe por mais países.
Da mesma família do ebola, o vírus é um dos mais perigosos do mundo.
A taxa de mortalidade dos infectados é de, em média, 50%, mas pode chegar a 88% dependendo da variante do vírus e dos cuidados de saúde prestados ao doente.
Como tratar?
Pertencente à família do ebola, o vírus de Marburg é um dos patógenos mais perigosos atualmente conhecidos. Ele se dissemina muito rapidamente no organismo humano, infectando e destruindo células do sangue, fígado e pele.
Após o contágio, fica incubado por cinco a dez dias, até que o paciente é subitamente acometido de febre, dor-de-cabeça e dores musculares, assim como sangramento da pele e mucosas.
Boca, olhos, trato gastrointestinal e órgãos internos costumam ser também afetados.
Em casos severos, pode ocorrer paralisia neurológica.
Distúrbios graves de coagulação causam choque hemorrágico, resultando em colapso dos órgãos e sistema circulatório, e consequente óbito. Sem cuidados médicos intensos, a maioria dos infectados morre.
O vírus se transmite através de fluidos corporais, como sangue, urina ou saliva. Fora do organismo, porém, não sobrevive muito tempo; contágio por gotículas no ar é possível, porém extremamente raro.
Quem contrai o vírus de Marburg em geral necessita cuidados médicos intensivos e tem que ficar em isolamento, devido ao alto risco de contágio. Até o momento, porém, só é possível tratar seus sintomas. Entre os tratamentos mais comumente adotados estão infusões para evitar perda de líquido, eletrólitos para repor os sais do sangue, e glucose para equilibrar os níveis de glicose.
Empregam-se também medicamentos para estabilizar a pressão sanguínea, reduzir a febre ou conter a diarreia e vômitos. Em caso de hemorragia severa, são ministrados reservas sanguíneas e agentes coagulantes.
Origem
O vírus leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez, em 1967. Na época, ele causou surtos simultâneos da doença em laboratórios em Marburg, na Alemanha, e em Belgrado, na então Iugoslávia (hoje Sérvia). Sete pessoas morreram expostas ao vírus enquanto realizavam pesquisas com macacos.
Desde então já houve surtos e casos esporádicos em países como Angola, Gana, Guiné-Conacri, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda.
Em um surto de 2004 em Angola, 90% das 252 pessoas infectadas morreram. Em 2022, duas mortes pelo vírus de Marburg foram relatadas em Gana.
Até hoje não há vacinas ou medicamentos autorizados para a doença, mas o tratamento de reidratação para aliviar os sintomas pode aumentar as chances de sobrevivência. (Ilustração do vírus MarburgThom Leach/Science Photo Library/Getty Images)
Com informação da BBC Londres