Compositor morreu no dia do seu aniversário. Causa da morte não foi divulgada
Morreu nesta segunda-feira (25) o músico e poeta Paulo André Barata, um dos principais nomes da música paraense. Ele faleceu na mesma data em que completou 77 anos. A informação foi confirmada pelo irmão do artista, o jornalista Tito Barata, através de uma mensagem emocionada nas redes sociais. No entanto, a causa da morte do artista não foi divulgada. “Hoje, 25 de setembro, dia em que completou 77 anos, meu querido irmão Paulo André Barata partiu para o céu infinito. Foi músico e compositor paraense de quatro costados. Torcedor do Paysandu e do Fluminense. Amou os animais e cantou a Amazônia. Dedicou sua vida à criação artística e ao bem comum”, escreveu Tito. “Que DEUS o proteja, conduza e o ampare em sua nova caminhada e morada. UM BEIJO, MEU IRMÃO”, finalizou.
Paulo André estava internado no Hospital Porto Dias há dez dias. De acordo com a família, o compositor será velado a partir das 22h no Theatro da Paz. O enterro está previsto para a manhã de terça-feira (26) no Cemitério Santa Izabel, em Belém.
Filho do poeta Ruy Barata, falecido em 1990, Paulo André Barata nasceu em Belém e começou a compor desde a adolescência. Depois, aprimorou seu talento no Conservatório Carlos Gomes. Com o pai, compôs grandes obras que foram imortalizadas na voz de Fafá de Belém, como ‘Foi Assim’, ‘Indauê Tupã’, entre outras que fizeram bastante sucesso. Um dos seus grandes hits foi ‘Este rio é minha rua’, que virou um dos hinos do Pará.
Assim que foi divulgada a morte do compositor, Fafá de Belém lamentou aos prantos através de um vídeo compartilhado por ela em seu perfil no Instagram. A cantora ressaltou a importância do artista. “Nada que eu fale ou escreva será do tamanho da minha dor. Recebo atordoada a notícia da partida de Paulo André Barata. Estou embarcando de volta ao Brasil, depois de uma semana em que conseguimos falar de Amazônia através dos olhos dos Amazônidas. Onde conseguimos – julgo, pela primeira vez, cantar a Amazônia por cantores, compositores, e a música do nosso Pará”, escreveu Fafá.
E completou: “Eu tô completamente atordoada, porque algumas pessoas nós nunca imaginamos que irão embora da nossa vida. Há quase 50 anos, junto com Paulo André e Ruy, nós abrimos clareiras, nós rompemos matagais descalços com o facão afiado da poesia de Ruy e a música de Paulo André. Juntos, nós recolocamos um estado chamado Pará na rota do Brasil”, completou a cantora.
O governador do Pará, Helder Barbalho, decretou luto oficial em todo o Estado e utilizou as redes sociais para lamentar a morte do músico. “Lamento profundamente a partida do cantor, compositor e instrumentista paraense Paulo André Barata que dedicou seu talento para cantar a Amazônia em verso e prosa, juntamente com seu saudoso pai, o poeta Ruy Barata. Paulo deixa um extraordinário legado para a cultura do nosso estado e para a música brasileira. Que Deus conforte os familiares e amigos neste momento de dor. O velório será a partir de 22h, no Theatro da Paz. O Governo do Pará vai decretar luto oficial de três dias no Estado”, declarou o governador no X (antigo Twitter).
A Secretaria de Estado de Cultura (Secult) do Pará também divulgou nota nesta noite lamentando “com o mais profundo pesar, o falecimento do cantor, compositor e instrumentista Paulo André Barata, aos 77 anos”. “Um ícone da cultura paraense, Paulo André teve como grande parceiro artístico e musical, seu pai – o poeta Ruy Barata. Juntos compuseram grandes sucessos que retratam o Pará e a Amazônia, entre eles, as músicas ‘Foi Assim’ e ‘Pauapixuna’, clássicos que alcançaram reconhecimento internacional”, diz um trecho da nota da Secult. “A partida de Paulo André Barata representa uma grande perda para a música brasileira. A Secult se solidariza com amigos e familiares”, finaliza a Pasta do Pará.
Disco com sucessos
Foi lançado pela Biscoito Fino, em 21 de setembro, o songbook “A Música De Paulo André e Ruy Barata”, que faz um passeio pelas músicas de Ruy e Paulo André Barata. Com 22 faixas, que são interpretadas por nomes como Maria Rita, Zeca Pagodinho, Dona Onete, Pinduca, Zé Renato e, claro, Fafá de Belém, o álbum reúne canções como “Foi Assim, “Porto Caribe”, “Cantiga da Correnteza” e “Pacará”, entre outras.
(Foto: Walda Marques/Reprodução)