Trump não descarta ação militar para tomar Canal do Panamá e Groenlândia e defende fusão com Canadá

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumirá o cargo no dia 20, afirmou durante uma entrevista coletiva realizada nesta terça-feira em Palm Beach, na Flórida, que não rejeita a possibilidade de uma intervenção militar para tomar o controle do Canal do Panamá ou da Groenlândia. O político republicano também falou sobre a união entre os EUA e o Canadá, propôs a alteração do nome do Golfo do México e destacou que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deveriam elevar seus orçamentos militares.

— Posso dizer o seguinte: precisamos deles [Canal do Panamá e Groenlândia] por motivos de segurança econômica. Não vou me comprometer com isso [descartar a ação militar]. Pode ser que tenhamos que fazer alguma coisa —disse ele.

Trump argumentou que os países que fazem parte da Otan deveriam aumentar seus investimentos em defesa para 5% do PIB, ao invés dos 2% atualmente estipulados.

— Todos eles podem pagar, mas deveriam estar em 5% e não em 2% — disse o novo presidente dos EUA. — A Europa destina uma fração minúscula do dinheiro que nós destinamos. Temos uma coisa chamada oceano entre nós, certo? Por que damos bilhões e bilhões de dólares a mais do que a Europa?

Um dos pontos altos da coletiva foi a visão de expansão do magnata. Em sua fala, Trump sugeriu renomear o Golfo do México como “Golfo da América”, embora não tenha detalhado seus planos para a área.

 

— Nós vamos mudar o nome do Golfo do México para ‘Golfo da América’. A gente faz todo o trabalho lá — disse, usando “América” em referência aos EUA, não ao continente.

 

Canadá: ’51º estado’

O membro do Partido Republicano enfatizou a ideia de incorporar o Canadá aos Estados Unidos. No entanto, diferentemente do que propôs para o Panamá e a Groenlândia, ele garantiu que empregaria poder econômico, e não militar, para lidar com o país vizinho.

 

— O Canadá e os Estados Unidos, isso seria realmente incrível. Você se livra dessa linha artificialmente traçada e dá uma olhada em como isso se parece. E isso também seria muito melhor para a segurança nacional.

Desde que conquistou a vitória na eleição presidencial em novembro, o candidato republicano tem falado sobre a possibilidade de uma ampliação do território dos Estados Unidos. No final do ano anterior, ele apresentou abertamente a proposta de incorporar o Canadá ao país, revelando seu desejo de torná-lo o “51º estado” americano em uma publicação em sua plataforma, Truth Social.

A expressão “51º estado” foi mencionada por Trump pela primeira vez em um jantar com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, no final de novembro. De acordo com a Fox News, durante o encontro, o presidente eleito fez uma piada, dizendo que, caso o Canadá não consiga lidar com as tarifas de 25% que ele pretende implementar em suas exportações ao assumir o cargo, o país poderia ser integrado aos Estados Unidos.

 

O impasse panamenho

A discussão sobre o Panamá se intensificou após sua conquista. No final do ano, o empresário declarou que o governo dos Estados Unidos deveria reassumir a administração do canal para pôr fim ao que ele chamou de “furtopor parte das autoridades panamenhas. Naquela oportunidade, Trump afirmou que o canal, que possibilita a travessia entre os oceanos Atlântico e Pacífico, é “um recurso nacional essencial” para os EUA.

— Nossa Marinha e comércio foram tratados de uma forma muito injusta e imprudente. As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, altamente injustas, especialmente sabendo da generosidade extraordinária que foi concedida ao Panamá — afirmou Trump. — Esse roubo completo do nosso país vai parar imediatamente. (Foto: BBC)

 

Com informação da BBC

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