Trump é condenado por fraude para encobrir escândalo sexual

Ex-presidente dos EUA prometeu recorrer, mas pode enfrentar limitações em sua capacidade de viajar e votar enquanto faz campanha para retornar à Casa Branca

 

 

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi considerado culpado pelo júri do Tribunal de Nova York, nesta quinta-feira (30), de todas as 34 acusações de falsificação de registros comerciais para tentar encobrir um escândalo sexual na reta final da campanha para a Casa Branca, em 2016, e que incluiria o pagamento de 130 mil dólares (cerca de R$ 674 mil) para a ex-atriz pornô Stormy Daniels, por meio do ex-advogado de Trump, Michael Cohen.

A sentença de Donald Trump será lida no dia 11 de julho. Ele pode pegar até 4 anos de prisão por cada um dos crimes pelos quais recebeu a condenação. Este é o primeiro dos quatro processos criminais que o ex-presidente enfrenta. O caso marca o primeiro julgamento criminal de um presidente dos EUA. E Trump é o primeiro presidente na história do país a ser condenado por um crime.

Trump havia se declarado inocente das 34 acusações. A atriz ameaçou tornar público um relato de um suposto encontro sexual com o ex-presidente em 2006, que Trump nega. Foram 12 jurados que deliberaram sobre o caso de Trump. Sete jurados homens e cinco mulheres. O julgamento chegou ao fim na terça-feira (28), em quase 10 horas de argumentos finais numa demonstração de hostilidade aberta entre advogados rivais. O juiz Juan Merchan marcou uma audiência de sentença para o dia 11 de julho às 10h.

Donald Trump será o candidato do partido Republicano nas eleições presidenciais deste ano, marcadas para 5 de novembro — de acordo com as regras do país, mesmo preso, Trump pode concorrer e até assumir o cargo de presidente da nação mais poderosa do planeta. No caso “Povo do Estado de Nova York contra Donald J. Trump”, a Promotoria de Manhattan acusa o magnata de 77 anos de 34 acusações de fraude para encobrir o pagamento do montante para Daniels.

Donald Trump ainda vai enfrentar três casos nos tribunais. Em dois desses, ele é acusado de crimes relacionados com os seus esforços para anular a derrota nas eleições de 2020, quando Joe Biden foi eleito como presidente dos EUA. Trump também é acusado em crimes relacionados com a retenção de registos confidenciais do governo depois de perder as eleições em 2020 e sobre as tentativas dele de impedir que esses documentos fossem recuperados por funcionários federais.

A Promotoria tentou ao longo do Julgamento demonstrar que Trump orquestrou ou pelo menos autorizou que o então advogado pessoal dele, Michael Cohen, tirasse do próprio bolso a quantia para pagar Stormy Daniels, que mais tarde lhe foi devolvida em prestações disfarçadas de despesas legais. O ex-advogado já se declarou culpado em 2018, quando estava sendo investigada a possível interferência da Rússia nas eleições vencidas por Trump, de violações de financiamento de campanha, entre outras queixas, alegando que estava trabalhando sob a direção do republicano “com o objetivo principal de influenciar nas eleições presidenciais”.

Ele foi condenado a três anos de prisão e perdeu sua licença para exercer a profissão. A acusação também incluiu acordos semelhantes ao de Daniels para encobrir outros potenciais escândalos, como o de uma ex-modelo da revista Playboy e de um porteiro que afirmou que o bilionário teve um filho fora do casamento.

(Foto: Jabin Botsford/Pool via Reuters)

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