Após uma vitória expressiva nas eleições de 2024, o republicano tomou posse oficialmente da presidência nesta segunda-feira (20). Em seu pronunciamento, ele reafirmou a implementação de políticas rigorosas contra a imigração e de proteção à economia.
Com uma abordagem esperançosa e audaciosa, Donald Trump proferiu nesta segunda-feira (20) sua primeira fala na qualidade de novo presidente dos Estados Unidos. Durante seu discurso, ele mencionou o início de “uma época de prosperidade“, compartilhou intenções de “ampliar as fronteiras” e anunciou uma série de ordens executivas voltadas para o controle da imigração e a proteção da indústria nacional.
“O período próspero dos Estados Unidos inicia-se agora. Vamos recuperar nossa independência. Nossa meta é construir uma nação que seja abundante e livre (…). Vamos voltar a ser uma nação rica”, afirmou Trump.
Em seu pronunciamento, realizado imediatamente após ser empossado como o 47º presidente, Donald Trump afirmou ainda que a primeira medida que tomará será a declaração de emergência na fronteira entre os Estados Unidos e o México, permitindo, assim, o deslocamento de militares para a área.
Disse ainda que irá “reassumir o comando” do Canal do Panamá; imporá tarifas a nações estrangeiras para assegurar a proteção nas políticas energéticas e que os Estados Unidos novamente se tornarão uma nação que “amplia suas fronteiras“.
Em outra parte da fala, assegurou que deseja a bandeira dos Estados Unidos em Marte, pretende a “reconquistar” a liberdade de expressão na nação e eliminar a censura e a perseguição que ele diz existir nos Estados Unidos;
Reforçou também que os Estados Unidos irão retornar à condição de uma nação que reconhece apenas “duas identidades de gênero: a feminina e a masculina“.
O discurso de posse adotou a abordagem já utilizada na campanha de Trump, repleto de grandes promessas e críticas à administração de Joe Biden. Embora não tenha mencionado diretamente o nome de seu predecessor, Trump se referiu à necessidade de resgatar os Estados Unidos de um período de adversidade.
“Atualmente, enfrentamos uma administração que não consegue lidar nem com uma crise simples internamente, enquanto também se depara com uma série de acontecimentos desastrosos no exterior”, afirmou.
Afirmou estar ciente dos diversos obstáculos que o aguardam e, ao comentar sobre o ataque que sofreu durante a campanha do ano anterior, declarou que “Deus me salvou para restaurar a grandeza da América“, aludindo ao seu lema “Faça a América Grande Novamente” (Maga).
Canal do Panamá
Em sua fala, o atual presidente dos Estados Unidos anunciou que irá formalizar, ainda nesta segunda-feira, uma ordem executiva para declarar uma situação de emergência nacional na fronteira entre os EUA e o México. Ele também se comprometeu a deportar “todos os que ingressarem de maneira ilegal”, a renomear o Golfo do México para Golfo da América e a classificar os cartéis mexicanos como grupos terroristas.
No cenário mundial, declarou sua intenção de atuar como um “mediador e conciliador” e citou o tratado de trégua firmado na semana anterior entre Israel e Hamas, do qual se atribui parte da responsabilidade. Contudo, elevou seu discurso ao abordar o desejo de “reaver o controle” sobre o Canal do Panamá.
Trump afirmou que se compromete a “reestabelecer a liberdade de imprensa na América“. Ele declarou que o país terá “apenas dois gêneros: feminino e masculino” e garantiu a reintegração de servidores públicos que foram desligados por não apresentarem provas de vacinação contra a Covid.
“O vasto poder do estado não será mais utilizado como um instrumento para a caça a adversários políticos. Vamos restabelecer a justiça de maneira equitativa, justa e imparcial dentro do marco do estado de direito.“.
Ida a Marte
Alinhado com os poderosos presentes na cerimônia de posse e que integrarão a nova administração, Trump declarou seu apoio aos empresários e a projetos de expansão, além de mencionar a intenção de enviar astronautas dos Estados Unidos para Marte.
“Os Estados Unidos se veem novamente como uma nação em desenvolvimento, que enriquece nossa economia, expande nossas fronteiras e leva nossa bandeira a novos e deslumbrantes horizontes. Temos a intenção de enviar astronautas americanos para fincar as estrelas e listras da nossa bandeira no planeta Marte”, afirmou.
Ao término de sua fala, que durou aproximadamente 30 minutos, ele finalizou afirmando: “Nada poderá nos impedir, pois somos americanos”, o que levou a plateia a se levantar em aplausos.
Posse
Trump tomou posse ao prestar o juramento no Capitólio, que é a sede do Congresso dos Estados Unidos. Antes disso, ele teve um encontro com Joe Biden, o presidente que está se afastando do cargo nesta mesma segunda-feira.
Nesta segunda-feira, o recém-eleito presidente irá assinar um conjunto inicial de ordens executivas que dará início ao seu mandato.
Devido às baixas temperaturas, a solenidade foi remanejada para uma área interna do Capitólio.
A volta
Após quatro anos, o candidato republicano retorna à presidência com nova energia, questões judiciais resolvidas e, desta vez, livre da influência de grandes nomes do Partido Republicano que marcaram seu primeiro mandato. Ele conquistou a vitória nas eleições de novembro de 2024.
Nesta segunda-feira, o republicano começará a implementar as primeiras ações de sua administração: ele assinará, simultaneamente, várias ordens executivas voltadas para políticas contra a imigração — que podem impactar brasileiros vivendo ilegalmente nos Estados Unidos — além de medidas fiscais benéficas para os empresários que agora fazem parte de seu governo.
A tática permanece idêntica à de seu primeiro mandato na presidência dos Estados Unidos, quando, logo nos primeiros dias de governo, ele divulgou decretos controversos, incluindo a edificação de um muro na fronteira com o México e a proibição de vistos para habitantes de sete nações islâmicas.
Trump retorna à Casa Branca acompanhado de Melania Trump, sua terceira esposa. Atualmente, o presidente dos Estados Unidos é pai de cinco filhos e avô de dez netos, oriundos de três uniões distintas.
Diferentemente do que já foi afirmado em diversas ocasiões, Donald Trump não acumulou sua riqueza a partir do nada. Os primeiros passos e os milhões que conseguiu foram possíveis graças ao seu pai, Fred Trump, filho de um imigrante alemão que apostou no emergente setor imobiliário de Nova York nos anos 50.
Depois de concluir o curso de economia na Universidade da Pensilvânia em 1968, ele tomou a frente da empresa imobiliária da família, iniciando uma expansão em Nova York com a construção de arranha-céus em Manhattan, além de hotéis, campos de golfe e cassinos fora dos Estados Unidos, sempre utilizando o sobrenome da família como nome das empreendimentos. (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)