O presidente eleito Lula deve anunciar uma nova relação de ministros nesta quinta-feira (22). Entre eles, o ex-governador e senador eleito Wellington Dias (PT-PI), para o Desenvolvimento Social.
Antes, porém, integrantes da equipe de transição farão uma apresentação geral dos principais pontos da situação em que os seus 32 grupos técnicos encontraram o governo federal.
Depois da apresentação, está previsto um pronunciamento do presidente eleito.
A expectativa é de que ele faça, então, o anúncio de novos nomes do seu ministério.
A grande dúvida é o destino da senadora Simone Tebet (MDB-MS), cujo apoio foi decisivo para a vitória petista no segundo turno e que tinha preferência pela pasta.
Também há grande expectativa em relação à indicação, ou não, da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) para a terceira gestão presidencial de Lula.
Lula tem atuado nos bastidores para garantir que ambas componham o seu primeiro escalão, mas enfrenta resistência de diversas naturezas.
O PT se opôs quase em uníssono à ideia de dar o MDS – o ministério do Bolsa Família e de outros programas sociais, com um orçamento da ordem de R$ 280 bilhões – a alguém com o brilho e o potencial eleitoral de Simone.
Marina, que recusou a chefia da Autoridade Climática, enfrentava restrições de petistas à sua nomeação para o Ministério do Meio Ambiente, o que a colocaria de volta ao posto que ocupou também sob a presidência de Lula.
Eleito sobretudo pelo eleitorado feminino (se dependesse somente dos eleitores homens, Bolsonaro teria se reelegido com folga) e por força de uma frente ampla, Lula caminha para ter um ministério mais petista e mais masculino do que muitos esperavam.
Os deputados Alexandre Padilha (PT-SP) e Márcio Macêdo (PT-SE) devem ser confirmados, respectivamente, para a Secretaria de Relações Institucionais e para a Secretaria-Geral da Presidência.
Nísia Trindade deve ficar com o Ministério da Saúde. Anielle Franco, irmã da vereadora carioca Marielle Franco, deverá ser a ministra da Igualdade Racial.
Outras confirmações aguardadas são: Paulo Pimenta (PT-RS), para a Secretaria de Comunicação da Presidência; Esther Dweck, para o Ministério da Gestão, que será desmembrado do Planejamento; Jorge Messias, para a Advocacia-Geral da União (AGU); e Vinicius Carvalho, para a Controladoria-Geral da União (CGU).
O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) pode ir para a Agricultura, mas o PSD deverá ter pelo menos mais um ministério.
Também deverão ser contemplados o MDB, o Solidariedade, o PDT, o Psol e, possivelmente, o União Brasil. Entre as muitas dúvidas, o Ministério da Indústria e Comércio, oferecido e recusado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, e por outros empresários.
Especula-se que o ministro da área poderá ser o vice-presidente da República eleito, Geraldo Alckmin. (Foto: Ricardo Stuckert)