Trama golpista: PF intima Jair Bolsonaro para depor pela terceira vez

A Polícia Federal (PF) agendou para esta quarta-feira (12), às 14h, o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que apura suposta trama denunciada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Em fevereiro deste ano, o senador disse que foi coagido pelo ex-presidente e pelo ex-deputado Daniel Silveira “a participar de um golpe”. Do Val contou à época que a proposta era gravar uma conversa dele com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, que seria instigado a admitir que estava extrapolando os limites constitucionais.

Com tal gravação em mãos, conforme o senador, aliados do ex-presidente solicitariam a prisão de Moraes e a anulação da vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim que o caso veio à tona, o ministro determinou abertura de inquérito.

“Conforme amplamente noticiado, o senador Marcos do Val divulgou em suas redes sociais ter recebido proposta com objetivo de ruptura do Estado Democrático de Direito, circunstância que deve ser esclarecida no contexto mais amplo desta investigação, notadamente no que diz respeito a eventual intenção golpista, o que pode caracterizar os crimes”, disse Alexandre de Moraes.

Somente em 2023, Bolsonaro já foi intimado a prestar esclarecimentos sobre outras três investigações: os atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília, o caso das joias presenteadas pela Arábia Saudita e as fraudes em registros de vacinação contra a Covid-19.

Do Val mudou a versão da história nos dias seguintes e tentou minimizar o suposto envolvimento de Bolsonaro no episódio, alegando inclusive que se enganou ao dizer que havia sido coagido.

No dia 15 de junho o senador Marcos Ribeiro do Val foi alvo de uma operação da PF autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. As buscas aconteceram em endereços ligados ao senador em Brasília e no Espírito Santo.

A PF apura uma tentativa de obstrução das investigações, divulgação de documentos sigilosos, associação criminosa e tentativa de golpe de Estado envolvendo os atos de 8 de janeiro. A investigação corre em sigilo.  (Foto: Sergio lima/AFP)

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