“Terras Caídas” : seca no Amazonas potencializa deslizamentos

Um grande deslizamento de um barranco atingiu, nesta segunda-feira (7), a região da comunidade Terra Preta, cidade Manacapuru, local próximo a Manaus. A seca extrema que o bioma amazônico está enfrentando é uma das causas do fenômeno conhecido como “Terras Caídas”.

O prefeito da cidade, Beto D’ Ângelo, confirmou que o desbarrancamento deixou uma criança de 6 anos desaparecida. Autoridades atuam na operação de resgate de possíveis desaparecidos.

“O fenômeno chamado ‘Terras Caídas’ ocorre nas margens dos rios, nas áreas fluviais. Ele é comum na região Amazônica e se desenvolve através do colapso da margem do rio na maioria das vezes, ou então por erosão muito acelerada da margem do rio, especialmente nas margens que têm uma alta declividade”, diz Renato Lima, diretor do Cenacid — Centro de Apoio Científico em Desastres e especialista-consultor da ONU para o tema desastres ambientais e naturais.

Um ponto importante sobre este evento climático é a seca histórica, condição que pode potencializar as “Terras Caídas”, acontecimento frequente na região dos rios amazônicos, mas que quando ocorrem em regiões habitadas podem afetar a população.

“A estiagem muda a condição de estabilidade das margens por reduzir o nível do [lençol] freático e aumentar o volume que pode ser mobilizado [deslizar]”, aponta Lima.

O governo estadual do Amazonas, por meio de nota, se manifestou afirmando que uma equipe do Corpo de Bombeiros já iniciou o trabalho de mapeamento da área para resgate de possíveis vítimas e uma equipe está sendo deslocada para o município para reforçar as buscas, com o auxílio de mergulhadores e especialistas em salvamento em estruturas colapsadas

“Em algumas situações esse fenômeno pode gerar problemas ambientais, perda de estruturas como casas, vias e instalações. Essas áreas devem ser monitoradas, e medidas de prevenção devem ser tomadas quando o fenômeno pode atingir comunidades ou áreas de interesse”, finaliza Lima.

O estado enfrenta a pior seca da história. Até o mês de agosto deste ano, a estiagem deixava 20 cidades em estado de emergência, afetando quase 300 mil pessoas, o Rio Negro atingiu sua menor marca em mais de 120 anos de medição. (Foto: Redes Sociais / Reprodução)

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