Tarifas de Trump ao Brasil podem reduzir preços internos

A situação é influenciada pela flutuação do dólar e pela adequação do mercado de exportação do Brasil, conforme afirmam os especialistas.

 

Os impostos de 25% impostos pelos Estados Unidos sobre o aço e o alumínio provenientes do Brasil estão programados para começar a valer no dia 21 de março, enquanto o presidente Donald Trump planeja implementar taxas equivalentes” sobre produtos brasileiros no próximo mês. Dependendo das condições externas, essa situação pode resultar em uma diminuição nos preços de produtos em determinados setores do mercado interno.

Informação é da CNN depois de consultar especialistas.

De acordo com a matéria do portal,   com a redução da presença de produtos tarifados nos Estados Unidos, os agricultores brasileiros provavelmente buscarão vender parte de sua produção rapidamente, com o objetivo de aumentar a oferta no mercado nacional. Este cenário, considerado promissor, pode ser afetado pelas variações do dólar e pelas novas políticas tarifárias implementadas por Donald Trump.

De acordo com os especialistas, o Brasil sofrerá um impacto muito menor em comparação ao México e ao Canadá. Estes países enfrentam taxas gerais de 25% sobre todos os produtos exportados, o que deve causar uma reestruturação mais significativa em seus comércios internacionais, devido aos severos efeitos nas suas balanças comerciais.

“O efeito tende a ser relativamente modesto no Brasil, uma vez que ainda somos um país com um mercado restrito, que depende fortemente de commodities e pouco da indústria exportadora. Alguns setores industriais, como o de aço e alumínio, podem enfrentar maiores dificuldades, e a possibilidade de ocorrerem descontos nos preços dessas mercadorias até que uma adaptação da produção à nova realidade seja estabelecida”, afirmou Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

O economista destacou que a expectativa é que a parte da indústria mais impactada busque novos mercados, visando aumentar as exportações para a Europa e a China como uma maneira de atender à demanda reduzida nos Estados Unidos.

“Embora haja um discurso sobre ‘taxas desiguais no Brasil’, os países que realmente sofrerão os efeitos são México e Canadá. Temos a vantagem de não sermos tão alvo de atenção e de os Estados Unidos historicamente apresentarem um saldo positivo em comparação ao Brasil“, adicionou Vale.

A busca por novos mercados para os produtos tarifados pelos Estados Unidos será a principal preocupação da indústria, conforme afirma Julio Netto, economista-chefe da Mirae Asset.

Com a eclosão dessa disputa comercial tarifária, os mercados precisam se ajustar. Haverá um tempo de adaptação, mas não podemos supor que agora eles se concentrarão apenas no mercado local. Para seus interesses, é muito mais vantajoso receber em dólares, e essa é a abordagem que continuarão a adotar”, destacou.

Netto enfatizou as dúvidas relativas às políticas tarifárias de Trump, mencionando as mudanças de postura do presidente americano, que podem impactar constantemente os cenários econômicos.

Trump implementa uma abordagem típica de um negociador nova-iorquino, entrando de forma contundente e, em seguida, buscando acordos. Seu objetivo é satisfazer seus apoiadores em um horizonte imediato, mas ele precisa reavaliar diversas ações a longo prazo, ciente de que sua estratégia pode acabar isolando os Estados Unidos.

O economista chefe do Banco Master e professor da FGV, Paulo Gala, destacou que a flutuação do dólar neste período é decisiva para que haja qualquer alteração nos preços devido às tarifas dos Estados Unidos.

Conforme o especialista, a valorização do dólar em relação a outras moedas dificultaria a possibilidade de uma redução nos preços internos. Isso ocorre porque o aumento da moeda americana impulsionaria as exportações e diminuiria a oferta no mercado interno, resultando em um aumento dos preços em território nacional.

Entretanto, não está evidente se o dólar continuará a se valorizar, uma vez que existe um grande receio de uma recessão nos Estados Unidos. Assim, aquele fenômeno do ‘Trump trade’, observado no ano passado, quando a moeda americana se fortalecia após a vitória de Trump, não se repete atualmente. Agora, uma mudança de tendência, especialmente devido à política fiscal que afeta a atividade econômica do país”, explicou.

Desde janeiro deste ano, a moeda americana apresenta uma tendência de desvalorização no mercado internacional, coincidindo com o começo de declarações mais contundentes do presidente dos Estados Unidos sobre as tarifas aplicadas a nações estrangeiras.

O índice DXY, que avalia o dólar em relação a outras seis moedas, apresentava uma queda de 1,15% por volta das 13h15 desta quarta-feira (5), alcançando 104,529 pontos, no menor patamar em quatro meses, desde que atingiu 103,42 pontos em 5 de novembro.

Netto apontou as dúvidas em relação às políticas tarifárias de Trump, mencionando que as mudanças de posição do presidente dos Estados Unidos podem modificar continuamente os cenários econômicos.

Trump utiliza uma abordagem típica de um negociador nova-iorquino, começando por forçar a entrada e, em seguida, seguindo para as negociações. Seu objetivo é satisfazer suas bases em um curto espaço de tempo, mas será necessário reavaliar diversas ações a longo prazo, pois ele reconhece que esse método pode acabar isolando os Estados Unidos.

O economista Paulo Gala, que ocupa o cargo de economista-chefe no Banco Master e é professor na FGV, destacou que a oscilação do dólar neste período é fundamental para que ocorra alguma alteração nos preços em decorrência das tarifas dos Estados Unidos.

De acordo com o especialista, a valorização do dólar em relação a outras moedas comprometeria a chance de uma redução nos preços internos. Isso ocorre porque a valorização da moeda americana fortaleceria as exportações e diminuiria a oferta local, resultando em um aumento dos preços no mercado interno.

No entanto, não está evidente se o dólar irá continuar a se valorizar, devido ao forte receio de uma recessão nos Estados Unidos. Assim, a estratégia conhecida como ‘Trump trade’, que observamos no ano anterior, quando a moeda americana se apreciou com a eleição de Trump, não está se repetindo. Atualmente, uma inversão dessa tendência, especialmente em razão da política fiscal que afeta a atividade econômica do país”, detalhou.

Desde janeiro deste ano, o dólar apresenta uma tendência de desvalorização no mercado internacional, impulsionada por declarações mais enérgicas do presidente dos Estados Unidos sobre as tarifas aplicadas a outras nações.

O índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a outras seis moedas, apresentava uma queda de 1,15% por volta das 13h15 desta quarta-feira (5), alcançando 104.529 pontos, o menor patamar em quatro meses, desde que atingiu 103.42 pontos em 5 de novembro.

 

(*) Com dados da CNN

 

(*) Com dados da CNN

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