Oficial de Justiça já teria procurado a deputada outras vezes nos seu gabinete, mas não conseguiu localizá-la
O Supremo Tribunal Federal (STF) intimou na noite de quarta-feira (21) a deputada Carla Zambelli (PL-SP), no meio do plenário da Câmara, a apresentar sua defesa na ação em que ela é ré por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. O conteúdo da intimação foi confirmado pelo STF. O oficial de Justiça já teria procurado a deputada outras vezes nos seu gabinete, mas não conseguiu localizá-la. Por isso, a parlamentar foi procurada no plenário.
O caso em questão remonta 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno da eleição, quando Zambelli causou espanto ao sacar uma arma em público e perseguir um eleitor de Lula (PT) no bairro dos Jardins, área nobre de São Paulo. Nas suas redes sociais, a deputada insinuou que a intimação seria por causa da sua tentativa de reunir assinaturas para pedir o impeachment do presidente Lula (PT). “Um dia depois do impeachment. Coincidência. Será coincidência? Tá aqui o presentinho do STF”, escreveu.
No momento da intimação, Zambelli se preparava para conceder uma entrevista à imprensa. Uma oficial da Corte se aproximou da deputada, que já tinha conhecimento das tentativas de intimação anteriores, e pediu que a parlamentar assinasse o documento. Zambelli estava ao lado de aliados, como o deputado André Fernandes (PL-CE). A notificação não causou confusão na sessão, que seguiu sem interrupção. Minutos depois, a deputada se retirou do espaço para outros compromissos.
Aliados da deputada chegaram a ensaiar dizer que a PF havia invadido o plenário da Câmara. Tentaram repetir protestos adotados quando agentes da corporação fizeram operações contra deputados de oposição na Casa. Apesar do pouco barulho de toda a movimentação, os parlamentares reclamaram da abordagem no plenário, que não chegou a ser notada por policiais legislativos da Casa que faziam a segurança dentro do plenário. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que estava comandando a sessão, não registrou o fato.
(Foto: Lula Marques / Agência Brasil)