Socialite recebe a maior pena da história por um crime de racismo

Dayane Alcântara foi condenada a oito anos e nove meses de prisão, em regime fechado,  por racismo contra filha do ator Bruno Gagliasso e sua esposa, a atriz Giovanna Ewbank

 

A socialite Dayane Alcantara, conhecida como Day McCarthy foi condenada a oito anos e nove meses em regime fechado pelo crime de racismo e injúria racial contra Chissomo Ewbank Gagliasso, a Titi, uma das filhas dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank.

Os pais da garota de 11 anos comemoraram a decisão judicial nas redes sociais. “Hoje a gente vem celebrar uma vitória contra o racismo. E sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e brancos e, portanto, mais ouvidos que a população negra […] nunca é tarde, mas ainda é tarde”.

O crime ocorreu em 2017, pouco depois de o casal adotar Titi, quando Day usou a internet para proferir ofensas racistas contra a criança – na ocasião a criança tinha 4 anos. A decisão foi proferida pela Justiça Federal do Rio de Janeiro na quarta-feira (21).

 

Socialite Dayane Alcântara, condenada a 8 anos de prisão por crime de racismo (Foto: Reprodução)

Embora o fato tenha acontecido em 2017, o ator e pai de Titi relatou que a denúncia só foi feita em maio de 2021. “Títi, como vocês conhecem, nem sabia que poderia ser vítima, assim como ocorre com toda criança preta. O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet o ambiente perfeito para proferir violências hediondas”, afirmaram os pais pelo Instagram.

Segundo Juliana Souza, advogada que representou os denunciantes, essa foi a maior pena por crime de racismo na história da Justiça brasileira.  A advogada da família também comemorou a decisão. “A condenação de 8 anos e 9 meses, inicialmente em regime fechado, no caso Gagliasso x Day McCarthy não é apenas uma vitória para a família Gagliasso. É uma vitória para todos nós”, disse a advogada.

“Como advogada, e principalmente como uma mulher negra, que já foi uma criança preta, essa decisão carrega um simbolismo profundo”, completou.

“Essa é a primeira vez que, em reposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez”, afirmaram os pais de Títi. A Justiça Federal do Rio de Janeiro que afirmou que o caso corre em segredo de Justiça.

(Foto: Reprodução/Instagram @brunogagliasso)

Compartilhe

Outras matérias

Relacionados

plugins premium WordPress