Sobrinho de Bolsonaro, Léo Índio, é alvo em operação da PF sobre os atos golpistas de 8 de janeiro

Léo Índio publicou fotos do lado de fora do Congresso e diante do Supremo Tribunal Federal durante os atos de vandalismo.

 

O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, é alvo de busca e apreensão da 19ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada nesta quarta-feira (25), pela Polícia Federal (PF).  A operação mira tanto os participantes como os incentivadores da ação. Léo Índio é acusado de participação nos atos golpistas em Brasília de 8 de janeiro, que deixaram grande parte da sede dos três poderes totalmente destruída.

Além de participar da invasão, Léo Índio chegou a fazer postagens em redes sociais, com fotos do lado de fora do Congresso Nacional e próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma das publicações, aparece com os olhos vermelhos, segundo ele próprio devido ao gás lacrimogêneo usado pela Polícia Militar do Distrito Federal. “Muitos feridos, muitos socorridos. Patriotas não cometem vandalismo”, escreveu, mais tarde, em outro post o alvo da PF desta quarta.

Descrito como sobrinho de Bolsonaro em suas redes sociais, Léo Índio chegou a ser candidato pelo PL à Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, mas não foi eleito. Ele também atuou como assessor do senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR). No final de janeiro, o primo dos Bolsonaro já havia sido alvo de um mandado de buscas em seus endereços em Brasília e no Rio.

Não é a primeira vez que Léo Índio é alvo da Lesa Pátria. Em janeiro, o sobrinho do ex-presidente foi alvo da terceira fase da operação. Acusado em janeiro pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de Golpe de Estado, ele solicitou gratuidade de Justiça ao STF e anexou uma declaração de hipossuficiência ao processo. À época, ele disse não ter ensino superior completo, e afirmou que sua ocupação era de vendedor.

“Não tenho condições de arcar com as despesas decorrentes do presente processo e honorários advocatícios sucumbenciais, sem prejuízo do meu próprio sustento e da minha família, necessitando, assim, da gratuidade de justiça a qual há de abranger a todos os atos do processo”, disse o investigado em trecho do documento enviado ao STF.

Leonardo Rodrigues de Jesus é filho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes, mãe dos três primeiros filhos de Bolsonaro. Léo Índio ficou conhecido no meio político pela proximidade com Carlos Bolsonaro, o filho “02” de Bolsonaro, e chegou a trabalhar como assessor do vereador carioca. Ele morava no Rio e já havia trabalhado no comércio e varejo, e também em cargos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Léo Índio se mudou para Brasília em 2019. Quando Bolsonaro era presidente, Índio era visto com frequência nos corredores do Palácio do Planalto, mesmo sem ter cargo oficial. O “02” era acusado de liderar o chamado “gabinete do ódio” da gestão do pai.

Operação

As equipes policiais estão nas ruas em três estados e no Distrito Federal para cumprir 18 mandados contra 12 suspeitos de incitar. São cinco mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão. Os alvos são incentivadores e praticantes dos ataques. Os agentes da PF estão em Cuiabá e Cáceres, no Mato Grosso, Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e em Brasília (DF).

A operação desta quarta foi deflagrada a partir de informações prestadas por Mauro Cid durante depoimento válido por acordo de delação premiada com a PF. Além de Léo Índio, a PF também faz buscas e apreensões contra outros 12 suspeitos de participação nos atos de vandalismo em Cuiabá e Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e Brasília. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que também deu aval para a prisão de mais cinco pessoas pelo 8 de janeiro.

“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo”, diz a PF em nota.

(Foto: Reprodução)

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