O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, disse nesta quarta-feira (4) que há diferentes elementos que comprovam o conhecimento e a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no plano de golpe de Estado em 2022.
Segundo ele, tudo o que foi posto do relatório do inquérito do golpe tem comprovação e sustentação.
“Sim, o ex-presidente sabia da trama golpista. […] É uma investigação muito responsável. Não é voz da minha cabeça. Está lá, está documentado. Tudo o que o que está posto ali tem sustentação fática”, afirmou durante café da manhã com jornalistas, em Brasília.
Como provas, Andrei citou depoimentos de militares e trocas de mensagens, além da impressão do plano de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) feita no Palácio do Planalto, com comprovações de que Bolsonaro estava no prédio.
Bolsonaro foi citado 516 vezes no relatório da PF sobre o golpe. O documento diz que o ex-presidente “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” nos atos da organização criminosa que planejou a tomada de poder.
O relatório afirma ainda que o golpe não foi consumado por “circunstâncias alheias” à vontade do ex-presidente e que os investigados atuavam desde 2019 para manter Bolsonaro do poder.
O indiciamento de Bolsonaro está agora sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode – ou não – oferecer denúncia contra o ex-presidente.
Sobre a avaliação da PGR, Andrei disse estar “absolutamente seguro do conteúdo e da qualidade do trabalho que a Polícia Federal produziu”.
Na semana passada, o ex-presidente Jair Bolsonaro chamou o inquérito que apura um plano de golpe para mantê-lo no poder de “historinha”. Segundo ele, a investigação é uma “narrativa inventada” pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) com a Polícia Federal (PF). (Foto: Reprodução)