Silvio Almeida pede punição para integrantes da Lava Jato por ‘corrupção judicial’

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Silvio Almeida, defendeu neste sábado (10)  a necessidade de punição para agentes ligados à operação Lava Jato, que, segundo ele, praticaram “corrupção judicial” durante a operação.

Em entrevista a jornalistas de mídias independentes, Almeida afirmou que a ação que resultou na condenação de diversos acusados de crimes contra a administração pública nos últimos anos foi um “ataque à democracia” e uma das maiores tragédias da história do Brasil.

Durante a entrevista, o ministro destacou que a Lava Jato não se tratou apenas de uma operação judicial conduzida por um juiz e um grupo de procuradores, mas sim de um ataque às instituições brasileiras e à democracia.

Segundo Almeida, é necessário que os responsáveis pela destruição do tecido social e das instituições brasileiras prestem contas à Justiça brasileira em relação aos atos que praticaram, inclusive sob o manto da justiça que vestiam.

“Ela (a Lava Jato) é uma junção de ‘law fare’ com ataque imperialista, com banditismo e outras coisas mais. E, nesse sentido, eu acho que a gente falar de memória, verdade e justiça é preciso que haja uma maturação. Acho que ainda estamos a tempo de entender o que foi a devastação provocada pela Lava Jato e tudo que ela encerra. A operação Lava Jato não é só uma operação judicial. Não é só uma operação levada a cabo por um juiz e um grupo de procuradores. A operação Lava Jato foi um grande ataque às instituições brasileiras. Um grande ataque á democracia”, afirmou ele.

 

A entrevista

Dezjornalistas tiveram a oportunidade de dirigir perguntas ao ministro, que transitaram entre temas como a atenção às comunidades indígenas e populações periféricas; os esforços por memória, verdade e justiça em relação à ditadura; a punição aos responsáveis pela tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023; dentre outros.

Segundo o ministro, advogado, filósofo e professor acadêmico, há uma disputa ideológica em torno do tema. “Parcela expressiva da população sente ódio dos Direitos Humanos, com uma noção equivocada do que significam”. “Há uma manipulação do discurso sobre o tema sobre como se fosse uma licença para retirar das pessoas a sua segurança”, complementa Almeida, “confundindo a defesa dos Direitos Humanos como se fosse a defesa do crime”.

Autor de “Racismo estrutural”, uma das obras que balizam o debate antirracista no país hoje, o ministro avalia que os direitos humanos devem perpassar todas as políticas públicas, inclusive a economia.

“É preciso transformar o tema em debate sobre economia política. Precisamos conquistar corações e mentes, estabelecendo os Direitos Humanos como parte fundamental da nossa experiência vital, do nosso modo de vida no Brasil”, disse. (Foto: Blog Barão de Itararé)

 

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