A decisão do Banco Central em manter os juros já era esperada, mas mesmo assim provocou reações do setor produtivo.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) divulgou nota afirmando que é “crucial de uma redução na taxa Selic para impulsionar o desenvolvimento econômico do país”.
“É preocupante constatar que o Brasil detém as maiores taxas de juros reais do mundo (quando descontada a inflação), com uma taxa de 9,4% ao ano, muito acima do segundo colocado, o México, que possui 6,6%. Esses números representam um obstáculo significativo para investimentos e têm um impacto prejudicial na geração de empregos, especialmente para a população de baixa renda”.
Na nota, diz que a Selic elevada é severa para os financiamentos imobiliários do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
“A taxa de 13,75% inviabiliza a aquisição de imóveis para milhares de famílias, uma vez que os altos juros resultam em um aumento exorbitante de 23% nas parcelas do financiamento”.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção também divulga nota em que lamenta a manutenção da taxa, “nesse patamar exorbitante”.
“Isso está claramente afetando o desempenho da atividade produtiva no país, justamente ela que gera renda e emprego. Particularmente, a indústria da construção está sendo muito impactada por esse juro elevado, haja vista a queda de 30,2% dos lançamentos imobiliários nos primeiros meses do ano e o segundo resultado consecutivo negativo do seu PIB, o que certamente nos levará à revisão da nossa projeção de crescimento para este ano. O cenário com menor pressão inflacionária, a melhoria das expectativas e a redução de incertezas com a
aprovação do arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados demonstra que ou reduzimos os juros ou continuaremos a atrasar o crescimento do país”. (Foto: Reprodução)