Setor de serviços cresce 1,7% em junho, maior alta desde dezembro de 2022

Em relação ao nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), a alta registrada foi de 14,3%. No acumulado do primeiro semestre de 2024, segundo dados do IBGE, o volume de serviços teve alta de 1,6% frente ao mesmo período de 2023

 

A expansão de 1,7% no volume de serviços em junho ante maio foi a mais forte desde dezembro de 2022 (2,7%), informou nesta terça-feira (13) a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o aumento, a economia de serviços atingiu novo recorde, e está 0,5% acima da máxima histórica anterior, de dezembro de 2022, quando o setor avançou 2,7%.

Em junho, o setor estava 14,3% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Na comparação com junho de 2023, o crescimento foi de 1,3%. Já no acumulado do primeiro semestre de 2024, o volume de serviços teve alta de 1,6% frente ao mesmo período de 2023. Porém, na leitura dos últimos 12 meses, o setor mostrou perda de dinamismo, passando de 1,2% em maio para 1,0% em junho.

Os dados do mês vieram bem acima que o esperado pelo consenso LSEG de analistas, que estimava uma alta de 0,8% no volume do setor na comparação mensal. Na medição anual, a estimativa também era de crescimento de 0,8%.

O crescimento foi disseminado entre as cinco atividades pesquisadas, já que todas apresentaram expansão. O principal destaque em junho foi a evolução no setor de transportes, que mostrou expansão de 1,8%, recuperando a perda de 1,5% de maio.

“Esse resultado vem muito em função do transporte aéreo, impulsionado pela queda dos preços das passagens áreas. Mas também contribuiu o transporte dutoviário e a navegação de apoio marítimo, atividades relacionadas com as indústrias extrativas, como a de gás e a de óleos brutos de petróleo”, afirmou em nota Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.

 

Transportes

O volume de transporte de passageiros no Brasil teve crescimento de 6,2% na passagem de maio para junho, após ter recuado 6,7% em maio. O setor se encontrava no mês 1,9% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 21,2% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

No acumulado do primeiro semestre de 2024, porém, a atividade caiu 2,6% frente a igual período de 2023. Por sua vez, o volume do transporte de cargas assinalou variação positiva de 0,4%, em junho, frente ao mês anterior, após queda de 0,5% em maio.

Com isso, a atividade opera 6,8% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023) e 33,7% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020). No primeiro semestre de 2024, o transporte de cargas acumula recuo de 1,3%.

 

Turismo

O índice de atividades turísticas teve crescimento de 3,4% em junho ante maio, após ter recuado 0,9% na passagem de abril para maio. O segmento de turismo se encontrava 7,7% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e apenas 0,1% abaixo do ponto mais alto da série (fevereiro de 2014).

Na análise regional, todos os 12 locais pesquisados tiveram alta, com destaque para São Paulo (4,0%) e Rio de Janeiro (8,2%), seguidos por Bahia (5,5%), Rio Grande do Sul (8,5%) e Minas Gerais (1,6%). “O estado gaúcho teve uma queda relevante no indicador em maio (-32,5%). Com a base depreciada, a alta de junho recupera apenas parcialmente as perdas do mês anterior”, explicou o gerente da PMS.

No acumulado do primeiro semestre de 2024, o turismo teve expansão de 1,3% frente ao primeiro semestre de 2023, com sete dos 12 locais registrando taxas positivas, com destaque para Minas Gerais (9,0%) e Rio de Janeiro (5,0%), seguidos por Bahia (9,1%), Paraná (5,0%) e Santa Catarina (6,1%).

Neste indicador o Rio Grande do Sul teve a principal influência negativa (-16,0%), seguido por Distrito Federal (-5,4%), Espírito Santo (-8,8%) e Goiás (-4,9%). A partir do mês de setembro, na Pesquisa Mensal de Serviços que divulgará o resultado de julho de 2024, o índice de atividades turísticas será ampliado dos atuais 12 para 17 locais pesquisados, com o acréscimo dos dados do Amazonas (AM), Pará (PA), Rio Grande do Norte (RN), Alagoas (AL) e Mato Grosso (MT).

(Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo)

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