Senador gaúcho Mourão diz não ver como ‘função’ dele ajudar no socorro direto às vítimas no RS

Senador deu entrevista à Rádio Gaúcha e respondeu a críticas sobre não ter viajado ao estado, que enfrenta enchentes históricas desde o final de abril. “Eu não sou do Executivo, eu não tenho a missão de estar me deslocando do ponto A para o ponto B”, afirmou o senador

 

Criticado por não estar presencialmente no enfrentamento à tragédia no Rio Grande do Sul, o general Hamilton Mourão, senador eleito pelo Republicanos do estado em 2022, com mandato até 2030, e que foi vice-presidente da República no governo de Jair Bolsonaro (PL), justificou não estar participando mais ativamente do socorro à população gaúcha pela idade avançada e que vê a atuação direto no socorro como um “desvio de função”. A declaração foi dada em uma entrevista à Rádio Gaúcha nesta sexta-feira (24).

“Eu entendo isso aí. Vamos lembrar que eu sou um homem de 70 anos de idade. Quantos homens de 70 anos de idade estão no meio da água aí? Vocês disserem que tem alguém da minha idade salvando gente, né… Mas eu não vejo isso como minha função. Eu estaria tendo um desvio de função. É essa minha visão”, disse.

Ainda na entrevista, o senador disse que não gosta de fazer exploração política, que é mais discreto e que mandou “inúmeras carretas de doação para o Rio Grande do Sul sem falar nada”. “Vi a crítica que vem sendo feita, aceito a crítica, mas aproveitando a oportunidade que vocês estão me dando para mostrar a forma que eu vejo. O meu trabalho para que as pessoas saiam dessa situação difícil é um trabalho silente, contínuo e sem querer capitalizar politicamente”, explicou.

Mourão afirmou ainda que vem trabalhando no parlamento em Brasília para a melhoria da legislação. No caso da tragédia, o senador disse que estava no estado desde o dia 1º de maio e no dia 3 fez uma reunião na Assembleia Legislativa, antes de iniciar a evacuação no Centro de Porto Alegre.

Mourão disse que naquele mesmo dia telefonou para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que marcou uma reunião para o dia 6 com o senador Paulo Paim (PT-RS). Na ocasião foi criada a Comissão Temporária Externa para acompanhar a tragédia climática no Rio Grande do Sul, do qual é relator.

A comissão, presidida por Paim, fez a primeira diligência externa nesta quinta-feira (23) em Canoas em uma audiência com o governador Eduardo Leite (PSDB). “Estamos trabalhando em cima de legislação, de agilizar a entega de recursos, convencer nossos irmãos parlamentares de destinar emendas que eram de seus estados para o Rio Grande do Sul. Esse é o trabalho que estamos fazendo”, disse.

Confira o vídeo:

 

(Foto: Lula Marques / Agência Brasil)

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