Senado aprova Galípolo como presidente do Banco Central

Ele foi indicado pelo presidente Lula para substituir Roberto Campos Neto a partir de janeiro. Foram 66 votos a favor e cinco contrários, sem nenhuma abstenção

 

O plenário do Senado aprovou, no fim da tarde desta terça-feira (8), o nome do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC) a partir de 2025. Em votação secreta, foram 66 votos a favor e 5 contra a sua nomeação. Mais cedo, Galípolo já tinha passado pelo crivo da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado por unanimidade (26 votos), após uma sabatina que durou 4 horas e 30 minutos.

Galípolo assumirá o cargo em 1º de janeiro do próximo ano, sucedendo o atual presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro de 2024. A gestão de Galípolo vai até o fim de 2028.

O economista passou em seu primeiro teste político. Os senadores o questionaram sobre a autonomia da autoridade monetária e possíveis interferências do governo. O novo presidente do BC, que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou sua sua independência e negou sofrer pressão por parte do petista.

Desde que teve sua indicação confirmada, o sucessor de Campos Neto fez um extenso “beija-mão” com ao menos 50 senadores alinhados ao governo e à oposição, em busca de apoio para a sabatina, que teve clima tranquilo. Ele também respondeu questões sobre a condução da política monetária, o regime de metas da inflação, além de desafios à frente da autarquia. Trata-se da primeira troca de comando da autoridade monetária na era da autonomia operacional, decretada em 2021.

 

Perfil

Gabriel Muricca Galípolo, 42 anos, é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e mestre em Economia Política na mesma instituição. Chegou a atuar como professor em cursos de graduação no período de 2006 a 2012 na mesma universidade. Também deu aulas no curso MBA de PPPs (Parcerias Público-Privadas) e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP).

Sua carreira na área pública começou em 2007, quando ocupou a Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos, na gestão do então prefeito José Serra. Em 2008 foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo.

Entre 2017 a 2021 voltou à iniciativa privada para assumir a presidência do Banco Fator, focado em parcerias público-privadas e programas de privatização. Foi ainda pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) em 2022 e atuou também como conselheiro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) entre 2022 e 2023. Desde junho de 2023, exerce o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central. Antes disso, ocupava o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, no início da gestão do ministro Fernando Haddad.

(Foto:  Adriano Machado/Reuters)

Relacionados

plugins premium WordPress