A ativista sueca do clima e dos direitos humanos Greta Thunberg foi deportada de Israel em um voo para a França nesta terça-feira (10), após ser detida pelo Exército israelense, juntamente com outros ativistas a bordo de um navio de ajuda humanitária com destino a Faixa de Gaza.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou em uma postagem no X que “Greta Thunberg deixou Israel em um voo com destino à Suécia, passando pela França”, acompanhando a mensagem com duas imagens da jovem ativista dentro da aeronave.
De acordo com o Ministro das Relações Exteriores da França, ao menos cinco membros da equipe que estavam a bordo do navio humanitário Madleen, preso na segunda-feira (9), se negaram a aceitar a saída voluntária e serão levados a deportação.
“Na noite passada, nosso consulado teve a oportunidade de encontrar os seis cidadãos franceses detidos pelas autoridades de Israel. As famílias deles foram informadas. Um dos detidos aceitou retornar de forma voluntária e deve partir hoje. Os outros cinco serão expulsos”, relatou Jean-Noël Barrot em uma postagem no X.
Entre as cidadãs francesas apreendidas por Israel na segunda-feira encontra-se Rima Hassan, que é membro do Parlamento Europeu.
“Recentemente, o Presidente do Parlamento Europeu tem se comunicado frequentemente com as autoridades de Israel… a fim de assegurar a proteção da eurodeputada Rima Hassan, que estava no barco Madleen, assim como de todos os demais integrantes da embarcação”, afirmou Delphine Colard, porta-voz da instituição, nesta segunda-feira.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel havia informado anteriormente que qualquer pessoa que se recusasse a assinar os documentos de deportação e deixar Israel seria levada perante as autoridades judiciais para autorizar sua deportação.
Flotilha da Liberdade
A equipe retida do barco de auxílio humanitário que seguia para Gaza, capturado por Israel na manhã de segunda-feira, chegou ao porto de Ashdod, em Israel, na noite do mesmo dia, conforme informado pelo Ministério das Relações Exteriores israelense.
O Madleen faz parte da Coalizão Flotilha da Liberdade, uma organização que faz campanha contra o bloqueio israelense a Gaza e tentou romper o cerco de barco.
A Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC na sigla em inglês) afirmou que os militares israelenses “atacaram” e “abordaram ilegalmente” o Madleen, que tentava entregar auxílio a Gaza.
O território palestino vive mais de 600 dias de guerra e um bloqueio israelense de 11 semanas a toda a ajuda humanitária, que mergulhou os 2,1 milhões de habitantes em uma crise de fome ainda mais profunda.
A Anistia Internacional igualmente criticou a prisão dos ativistas.
“A ação de interceptar e bloquear o Madleen durante a noite em águas internacionais infringe o direito internacional e compromete a segurança dos indivíduos a bordo“, declarou Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional, em uma nota.
Israel afirmou que “está impedindo a entrada de todas as embarcações na Faixa de Gaza, conforme o direito internacional”.
Israel reiterou sua determinação em bloquear a chegada do navio de assistência humanitária a Gaza, caracterizando a embarcação como um “iate para fotos” levando “famosos”. (Foto: Ministério das Relações Exteriores de Israel via X)