Sem concursos públicos, participação feminina encolhe na máquina pública federal

Observatório de Pessoal, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, aponta que a quantidade de mulheres em fevereiro de 2019 era de 46%. Agora elas representam 45% do total

 

O número de mulheres em cargos efetivos do governo federal caiu em 2023. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (3) pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), por meio do portal de pesquisa Observatório de Pessoal, plataforma lançado na última semana pela pasta. De acordo com a primeira versão do relatório de pessoal, houve uma redução na quantidade de mulheres de 45,8% em fevereiro de 2019 e para 44,8%, em fevereiro deste ano. Neste mesmo período, a participação masculina oscilou de 54,2% para 55,2%.

Dentre os fatores que fizeram o percentual geral de mulheres no serviço público encolher, estão o período de ausência de concursos gerais e a continuidade dos concursos em áreas predominantemente masculinas, como militares e segurança pública. “O período de ausência de concursos gerais e continuidade dos concursos em áreas predominantemente masculinas, como militares e segurança pública, foi um dos fatores que fizeram o percentual geral de mulheres no serviço público ficar estagnado”, explicou a ministra Esther Dweck durante o evento de lançamento da plataforma. “Quando olhamos sobre as mulheres no papel de lideranças nem na média, nem na alta liderança é proporcional à quantidade de servidoras na administração pública federal, e mais abaixo ainda da média feminina da população brasileira.”

Ministra Esther Dweck durante o evento de lançamento da plataforma Observatório de Pessoal. (Foto: Divulgação/MGI)

 

Cargos de gestão

A plataforma reúne dados estatísticos e informações diversas sobre os servidores públicos. Entre as informações estão o perfil destes trabalhadores, demonstrando, por exemplo, idade, estado civil, escolaridade e gênero, além de apresentar um recorte sobre as pessoas com deficiência e de mulheres negras e indígenas na carreira de liderança pública. O relatório mostrou ainda que, estatisticamente, a chance de homens com filhos menores de idade exercerem cargos de média e alta gestão é 3,2 vezes maior do que entre mulheres nas mesmas condições.

“Isso reflete a dificuldade das mulheres em aceitar o cargo ou de serem chamadas a assumir cargos de gestão”, destacou Dweck. Nas próximas semanas, o governo federal vai implementar um programa que reserva até 30% de vagas em cargos de comissão e funções de confiança na estrutura do Poder Executivo. O decreto foi assinado há pouco mais de 10 dias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O objetivo é ampliar a presença de pessoas negras em cargos de liderança, incluindo paridade entre homens e mulheres. (Foto: Agência Brasil)

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