A equipe do presidente Lula (PT) está realizando uma investigação minuciosa sobre os agentes que garantiram sua segurança durante a campanha de 2022, após o indiciamento de militares e policiais federais envolvidos em um suposto plano de golpe de Estado. O foco é verificar se algum membro da segurança poderia ter se associado ao grupo golpista.
Durante a campanha, Lula contou com o apoio de cinquenta agentes da Polícia Federal (PF), muitos dos quais foram indicados pela própria corporação, que na época era liderada por Jair Bolsonaro (PL).
A prisão do policial federal Wladimir Matos Soares acendeu um alerta na equipe de Lula. Soares, que fez parte da segurança do presidente eleito, foi detido junto a quatro militares das Forças Especiais em uma operação realizada na terça-feira, dia 19.
Na sequência, no dia 21, um total de 37 pessoas, incluindo os cinco detidos e Bolsonaro, foram indiciadas no inquérito que investiga o plano de golpe, que incluía assassinatos de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As investigações indicam que Lula estava sob monitoramento durante o período de transição entre novembro e dezembro de 2022, levantando a possibilidade de que a vigilância tenha começado antes do que a PF havia identificado.
A equipe de segurança do presidente está revisando o histórico dos agentes, especialmente aqueles designados pela PF, que são o principal alvo da investigação. Andrei Rodrigues, atual diretor-geral da PF, foi responsável pela segurança durante o período eleitoral, escolhido pelo presidente.
De acordo com as apurações, Soares teria repassado informações sobre a rotina de Lula a pessoas próximas a Bolsonaro. A decisão que autorizou as prisões, assinada por Moraes, revelou que o agente fornecia dados que poderiam auxiliar em ações planejadas caso um decreto de golpe fosse assinado.
Até o momento, não foram encontradas evidências concretas de envolvimento de outros agentes, e a PF só será acionada se novas informações surgirem. A assessoria do presidente não confirmou a investigação nem fez comentários sobre o assunto. (Foto: Ricardo Stuckert)