Saúde alerta que seca e fumaça causam doenças cardíacas e mentais

Ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que unidades de saúde já estão sobrecarregadas. Pasta pretende incentivar Estados e municípios a instalarem tendas de hidratação com água potável e possibilidade de nebulização

 

O Ministério da Saúde atualizou as recomendações para a população diante do cenário de seca e fumaça das queimadas que atinge todo o país. A ministra Nísia Trindade afirmou que a situação é “grave e urgente”, mas ressaltou que não há indícios de sobrecarga no Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS é um sistema que tem capacidade de atendimento, mas sabemos que essa resiliência, cada vez mais, é testada por fatores como as mudanças climáticas. Temos que rever nossos protocolos e ações o tempo todo e aumentar a nossa união, não importa o partido do prefeito ou do governador”, disse ela.

O cenário, que se une aos efeitos das mudanças climáticas, colabora com a maior seca vivenciada pelo Brasil nos últimos 70 anos, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. A previsão é que o quadro se agrave nos próximos meses.

“A partir de hoje, diante da intensificação de focos de incêndio e previsões meteorológicas que apontam piora no quadro de seca, essas reuniões diárias resultarão sempre em informes e comunicados. Além das orientações para a população, os informes já publicados pelo Ministério trazem recomendações de ações a serem implementadas pelos profissionais de vigilância em saúde ambiental”, anunciou a ministra.

A partir da observação das principais queixas de pessoas que procuraram atendimento médico devido às queimadas, as autoridades recomendam que sintomas como náuseas e vômitos sejam relatados imediatamente para as equipes de saúde. Sinais de confusão mental, cansaço e dores de cabeça também devem ser motivo para busca imediata de atendimento. O ministério recomenda que as equipes municipais reforcem a vigilância a esses sintomas.

A pasta aconselha também que a população evite atividades físicas em áreas abertas e exposição prolongada aos locais de queimadas e às partículas da fumaça. Crianças, idosos e idosas e pessoas com comorbidades precisam de atenção especial, já que são os grupos mais vulneráveis às consequências do cenário.

Segundo a ministra, a Força Nacional de Saúde fará visitas aos locais em que a situação é mais crítica para reforçar os atendimentos emergenciais. Esse trabalho já vinha sendo feito, mas será reforçado devido ao agravamento da situação. O governo também vai incentivar estados e municípios a retomarem as tendas de hidratação com água potável e possibilidade de nebulização. Além disso, será lançado um guia para profissionais de saúde locais com orientações sobre o atendimento diante da emergência climática.

Prefeituras e governos estaduais devem repassar informações regionais sobre a qualidade do ar para a população e garantir acesso à água potável. A medida é especialmente necessária porque o aumento na ingestão de água é uma das recomendações de proteção individual contra as consequências da seca e da fumaça.

(Foto: Walterson Rosa/MS)

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