O que não era possível há poucos dias, população festeja grandes barcos atracando em Tefé.
O nível das águas do rio Solimões tem se comportado de maneiras distintas nas cidades amazônicas nas últimas semanas.
Em Tabatinga, o nível do rio apresentou queda recente, trazendo incertezas para a população. No início de novembro, o Solimões marcava -0,81 metro, mas subiu até 2,94 metros no dia 10, antes de recuar para 2,73 metros neste dia 12.
Enquanto isso, em Tefé, o cenário é bem diferente. Entre os dias 10 e 11 de novembro, o lago Tefé registrou uma elevação de 27 centímetros, alcançando 5,44 metros.
Esse aumento tem sido motivo de comemoração, pois permite que embarcações de grande porte voltem a atracar na cidade. Como exemplo, o aumento das águas possibilitou a realização da “Operação Rabetas” no porto de Tefé, quando as minúsculas embarcações regionais conseguiram desencalhar o gigante ferry boat Profeta Daniel.
O rio Maraã, afluente do Solimões, também foi impactado pela cheia. Em uma semana, seu nível subiu 1,57 metro devido à inundação das águas do Solimões. Esse aumento beneficia o transporte e a economia regional, melhorando as condições de navegação para as comunidades locais.
Em Alvarães, o impacto positivo da cheia do Solimões também é visível. Cais que estava em terra agora flutua, facilitando o trânsito de embarcações e o carregamento de produtos.
O aumento do nível do rio Solimões não se restringe a ele próprio; suas águas refletem diretamente no comportamento do rio Negro, rio Amazonas e nos principais afluentes da região, como o rio Madeira, por exemplo, que desempenha um papel fundamental na economia do estado, sendo uma via essencial para a conexão com Porto Velho e o restante do país.
O rio Negro começou novembro com um nível estável de 12,18 metros, que se manteve por três dias. Contudo, no dia 4, houve uma redução de um centímetro, atingindo 12,17 metros.
A partir do dia 7, ele apresentou elevação de aproximadamente 50 centímetros, registrando nesta terça-feira (12) 12,67 metros.
Essas variações mostram a complexidade da dinâmica fluvial na Amazônia. E a expectativa é de que a temporada de enchentes continue favorecendo essas regiões, como um sinal positivo para aqueles que dependem dessas águas para transporte e abastecimento econômico. (Foto: A Crítica)