Rio Grande do Sul registra a primeira morte por leptospirose após enchentes

Eldo Gross, de 67 anos, morreu no município gaúcho de Travesseiro. Casos de leptospirose por causa das enchentes é uma preocupação para o estado

 

Um homem de 67 anos morreu na última sexta-feira (17) por leptospirose em Travesseiro, cidade do Vale do Taquari atingida por enchentes, segundo a prefeitura do município. Outras três pessoas recebem tratamento para a doença na cidade. Segundo o Ministério da Saúde, a leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira.

Identificado como Eldo Gross pela prefeitura, o homem foi enterrado no sábado (18). De acordo com informações do Executivo Municipal, o diagnóstico para a doença foi confirmado no domingo (19) no Hospital Bruno Born, de Lajeado, para onde foi levado. A explosão de casos de leptospirose no Rio Grande do Sul por causa das enchentes é uma preocupação para o estado.

“A gente vem monitorando. Estamos com uma estratégia ampla de distribuição da medicação (contra a leptospirose) para que esteja nos municípios. Haverá casos (da doença), mas o que não queremos é a hospitalização e o óbito. Há o risco de se contaminar quando a água recua e deixa a lama. Por isso, a ameaça de transmissão não é somente no momento da enchente, mas também ao se retornar à casa para limpá-la”, disse a chefe da vigilância Epidemiológica, Roberta Vanacor.

O período de incubação da doença, ou seja, intervalo de tempo entre a transmissão da infecção até o início das manifestações dos sinais e sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco. “A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos”, informa a pasta.

(Foto: Carlos Fabal/AFP)

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