Reunião do G20 em Belém debate políticas públicas para diminuir impactos das mudanças climáticas

Belém – A capital paraense sedia os  encontros do Grupo de Trabalhos de Finanças Sustentáveis (SFWG, na sigla em inglês) do G20, realizado nesta terça, 9 e quarta-feira, 10, Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. São delegados dos países-membros do G20 que se reúnem para discutir estratégias de financiamento verde, soluções baseadas em natureza e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

As discussões fazem parte da Trilha de Finanças, que dará continuidade aos debates de temas propostos pela presidência brasileira do G20. Participam do evento delegados de mais de 30 países, da União Europeia, União Africana e representantes de organizações internacionais. A Trilha de Finanças discute assuntos macroeconômicos estratégicos e é comandada pelos ministros das finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros.

Esforço e desafio – Durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, pontuou os esforços da Prefeitura de Belém para colaborar na construção de cidade sustentável, se tornar exemplo mundial no enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas e atingir os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

O prefeito Edmilson destacou os projetos de urbanização da Bacia da Estrada Nova, Bacia do Mata-Fome, elaboração do projeto de macrodrenagem e urbanização da Bacia do Ariri Bolonha e outros, que estão em andamento ou em fase de captação de recursos para serem colocados em prática.

Edmilson Rodrigues esclareceu que a gestão municipal vem somando esforços para captar recursos no intuito de elaborar o projeto para conclusão da macrodragem e construção habitacional da Bacia do Paracuri, no distrito de Icoaraci, uma área que abriga muitas famílias em condições precárias.

“Mais da metade da população de Belém vive em áreas alagáveis. Daí, a importância de soluções urbanísticas baseadas na natureza. Temos 47 bacias hidrográficas e os nossos programas de macrodrenagem e urbanização cada vez mais se constituem em processos baseados em soluções inspiradas no que a natureza pode nos oferecer”, destacou, o prefeito de Belém.

Impactos e financiamento – O coordenador do Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis do G20, Ivan Oliveira, ressaltou a importância de reunir delegados de mais 30 países, em Belém, tendo em vista a realização da Conferência da ONU Sobre Mudanças Climáticas (COP-30), na cidade, que será realizada em novembro de 2025.

“Em geral, o impacto das mudanças climáticas afeta mais aqueles menos desassistidos, ou seja, as mudanças climáticas têm impacto negativo sobre a distribuição de renda. Numa sociedade desigual como a nossa, isso é ainda mais crucial ter essa dimensão e colocar o aspecto da justiça social como parte do processo de lidar com as mudanças climáticas. Isso está no G20 como uma das prioridades colocadas pelo presidente Lula”, garantiu Ivan.

Oliveira garante que uma das prioridades debatidas nos dias de encontro será a facilitação de acesso a recursos públicos. “A gente quer fazer com que Belém e outras cidades brasileiras consigam acesso a esse recursos para financiar projetos de transição. A gente quer que a agenda de transição justa seja incorporada em definitivo na agenda de transição no mundo. Ou seja, não basta reduzir carbono, a gente tem que manter a floresta em pé, manter as pessoas que vivem na e da floresta. Uma das prioridades que colocamos no grupo é sobre soluções baseadas em natureza”, detalhou.

 

Boas-vindas

O prefeito Edmilson Rodrigues deu as boas-vindas aos participantes e destacou o papel que a Amazônia desempenha na regulação do clima global e na preservação da biodiversidade.

“Sejam todos muito bem-vindos a Belém, uma cidade com uma rica história, cultura vibrante e compromisso firme com a sustentabilidade. É uma grande honra receber o Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis do G20”, iniciou o gestor municipal.

Durante o discurso, o prefeito pontuou as políticas e iniciativas da Prefeitura de Belém, que promovem o manejo sustentável dos recursos naturais, a proteção das áreas verdes e a educação ambiental. “Nossa Prefeitura assumiu o compromisso do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia, adotando ações para estabelecer uma estrutura de governança climática”, disse.

Entre as políticas públicas citadas pelo prefeito de Belém está a  criação do Fórum Municipal de Mudanças Climáticas (FMMC); o primeiro inventário de emissões de gases do efeito estufa de Belém; mapeamento de áreas de risco geológico e áreas verdes públicas nos oito distritos administrativos da capital paraense; desenvolvimento do plano de ação climática e a construção do primeiro inventário de arborização de Belém, em parceria com Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

 

Debates continuam até sexta-feira, 12

O Grupo de Trabalhos de Finanças Sustentáveis (SFWG) do G20 irá discutir a temática da racionalização das operações e facilitação de acesso aos fundos climáticos, além de debater soluções baseadas na natureza, como planos com intuito de diminuir os efeitos da mudança climática e políticas públicas de resiliência.

A reunião do SFWG antecede ao encontro da Força-Tarefa da Mobilização Global contra Mudança Climática, que também se reúne pela terceira vez na quinta e sexta-feira, 11 e 12 de julho, no Hangar.  O objetivo da Força-Tarefa é propor mudanças necessárias para evitar o aumento da temperatura e impedir impactos do aquecimento global.

G20 – Constitui-se como um fórum de cooperação econômica internacional e conta com presidências rotativas anuais. O Brasil exerce a presidência do G20 de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024. O G20 é composto por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia.

Além de debater questões macroeconômicas são pautas do G20 o comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção. (Foto: Ag. Belém)

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