O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) respondeu nesta quinta-feira (18) ao interrogatório de 130 perguntas da PF por mais de sete horas, no entanto, informações fornecidas contradizem com as provas e evidências reunidas no inquérito
O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem não convenceu a Polícia Federal no interrogatório da última quarta-feira (18). O balanço feito pelos investigadores é que as respostas que ele deu às 130 perguntas realizadas ao longo de sete horas foram em direção oposta às provas e evidências coletadas no inquérito que apura a “Abin Paralela”. As informações são da jornalista Bela Megale em sua coluna da tarde desta sexta-feira (19) no jornal O Globo.
Segundo a apuração, uma das afirmações de Ramagem que causou desconfiança foi a de que Jair Bolsonaro teria pedido para que ele gravasse a reunião com advogadas, na qual debateram uma estratégia para blindar Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas. A PF não vê sentido em fazer uma gravação onde uma série de crimes foram cometidos, na visão dos investigadores.
Agora, os policiais federais estão analisando o computador de Ramagem onde estava o áudio da reunião, na busca de novas gravações. A desconfiança é que existem novos áudios que ajudarão a mostrar se Ramagem diz a verdade, ao afirmar que o pedido para fazer a gravação partiu do ex-presidente.
(Foto: Pedro Kirilos/Estadão)