Relatório do governo revela que mulheres brasileiras ganham 20% menos do que os homens

A desigualdade aumenta no recorte de mulheres negras; os dados foram divulgados pelos ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres

 

Mesmo com os esforços por políticas de igualdade, as mulheres ainda ganham 19,4% a menos do que os homens no Brasil. O fosso é ainda maior conforme o tipo de trabalho. Em cargos de diretoria e gerência, por exemplo, a desigualdade salarial chega a 25,2%. Os dados são do 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critério Regulatórios, apresentado pelos ministérios do Trabalho e Emprego e da Mulher, nesta segunda-feira 25.

Os números são ainda menores quando se considera as empresas que possuem processos seletivos voltados para contratação de mulheres negras, com deficiência, LGBTQIAP+, mulheres que chefiam as suas famílias e vítimas de violência. Poucas empresas ainda adotam políticas como de flexibilização de regime de trabalho para apoio à parentalidade (39,7%), de licença maternidade/paternidade estendida (17,7%) e de auxílio-creche (21,4%).

Ao analisar a desigualdade salarial entre os entes federativos, foi possível constatar diferenças significativas. O Distrito Federal, por exemplo, é a unidade da Federação com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres: elas recebem 8% a menos que eles. Em São Paulo foi constatada a maior diversidade de situações. As mulheres recebem 19,1% a menos do que os homens, espelhando praticamente a desigualdade média nacional. Já em Minas Gerais, a diferença salarial entre homens e mulheres é de 21,6%. Em cargos ocupacionais, a desigualdade é de 28,5%.

A coleta dos dados foi possível pela exigência de envio das informações prevista na Lei nº 14.611, que dispõe sobre a regulamentação da igualdade salarial entre homens e mulheres, sancionada pelo presidente Lula (PT), em julho de 2023.

O levantamento permitiu analisar a situação do mercado de trabalho brasileiro  e propor soluções. Empresas com diferença salarial identificada serão avisadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e terão 90 dias para criar um Plano de Ação para reduzir essas diferenças sem justificativa. Para denunciar desigualdades salariais, pode-se usar a Carteira de Trabalho Digital do MTE.

(Foto: Reprodução)

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