Relatora da CPMI pede quebra de sigilo telefônico e telemático de Valdemar Costa Neto

Requerimento da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) foi feito após hacker dizer que presidente do PL participou de reunião para falar sobre urnas eletrônicas

 

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, pediu a quebra dos sigilos telefônico e telemático do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, após o hacker Walter Delgatti ter dito, durante depoimento, ter participado de uma reunião na sede do partido, com o dirigente, sobre a vulnerabilidade das urnas eletrônicas. Para ter efeito, o requerimento ainda precisa ser pautado no colegiado, pelo presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), e ser aprovado.

No depoimento à CPI, na semana passada, Delgatti relatou duas reuniões com integrantes do PL em Brasília em agosto de 2022. Na manhã do dia 9, o hacker afirmou ter se encontrado com o presidente da sigla, Valdemar, junto a Zambelli e familiares da deputada. O advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, que o acompanhou no depoimento à CPI do 8 de janeiro, também estava presente no encontro na sede do PL, mas se retirou antes do término. No ano passado, Ariovaldo afirmou à revista Veja que compactuou com a argumentação dos presentes de uma suposta fragilidade das urnas eletrônicas.

Em seguida, à tarde, no mesmo dia 9, Delgatti disse aos parlamentares que se reuniu, também na sede do PL, com o marqueteiro Duda Lima, responsável pela campanha de Bolsonaro. No encontro, segundo o hacker, Lima teria sugerido ações com o intuito de colocar as urnas eletrônicas em descrédito. Uma dessas ações seria inserir um “código malicioso” em um exemplar de urna a fim de fazer uma demonstração pública, no dia 7 de setembro. Lima nega ter se reunido com Delgatti.

A relatora pede a íntegra de todas as mensagens enviadas e recebidas por Valdemar do início de 2022 até o presente momento, incluindo os registros de ligações, imagens e vídeos recebidos, além de dados salvos, como os registros de localização feitos pelo Google Maps. “A quebra e a transferência dos dados ora solicitados permitirão delimitar os exatos contornos da participação da pessoa supraqualificada no âmbito da situação investigada”, afirma a senadora no requerimento. Ela pediu ainda a quebra de sigilo de pessoas próximas a deputada Carla Zambelli. Entre eles, o irmão de Bruno Zambelli Salgado e o marido Antonio Aginaldo de Oliveira.

(Foto: Pedro França/Agência Senado)

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