Rebeca destrona Biles no solo, leva o ouro, e se torna a maior medalhista brasileira da história

Ginasta de 25 anos conquista medalha de ouro no solo e chega a seis pódios no total. Com mais uma medalha, a ginasta Rebeca Andrade deixa os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael para trás e se mantém no topo com seis medalhas olímpicas

 

Histórico! Gigantesca! A ginasta Rebeca Andrade faturou o ouro na final do solo na manhã desta segunda-feira (5) e entrou para a história do esporte brasileiro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Com quatro medalhas conquistadas na capital francesa, a atleta de 25 anos se tornou a maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis no total.

Com uma linda série de movimentos, a brasileira garantiu na final do solo a medalha de ouro — antes, Rebeca havia conquistado o bronze por equipes, a prata no individual geral e no salto. Com o novo pódio, ela chegou a seis, no total, e deixou para trás Robert Scheidt e Torben Grael, ambos da vela.

A caminhada foi iniciada com duas medalhas na edição de Tóquio 2020 e eternizada com a atuação de gala em Paris 2024. Na Cidade Luz, a ginasta esbanjou talento para subir ao pódio quatro vezes, correspondendo a toda expectativa gerada em volta do desempenho dela. No aparelho, Simone Biles brilhou, mas cometeu deslizes.

O pódio foi liderado por Rebeca, com a nota 14,166, seguida pelas duas estadunidenses Simone Biles, com 14,133, com a prata, e Jordan Chiles (13.766), que ficou com o bronze. Rebeca Andrade quebrou a hegemonia de 12 anos dos Estados Unidos no solo.

Os títulos das três últimas decisões foram conquistados por ginastas norte-americanas. Na edição de Tóquio-2020, Jade Carey subiu ao lugar mais alto do pódio. Quatro anos antes, no Rio de Janeiro, Biles encantou espectadores e juízes. Na versão de Londres-2012 brilhou a estrela de Aly Raisman.

A queridinha do Brasil também se orgulha de ser a primeira ginasta sul-americana medalhista do solo em Jogos Olímpicos. A tradicional prova, disputada desde a versão de Helsinque-1952, jamais havia brindado o talento de talentos de fora da América do Norte, da Europa ou da Ásia.

 

Como foi a prova

Ao contrário da trave, Rebeca Andrade não se poupou e fez uma apresentação quase irretocável. Segunda a entrar no solo ao som de End of Time, de Beyoncé, a brasileira cravou o primeiro Tsukahara grupado. Embalada pelo público e com a transição da música para funk, Rebeca seguiu emendando mortais e movimentos perfeitos no tablado da Cidade Luz. A cada aterrisagem, a confiança parecia aumentar e a torcida na Arena Bercy ia à loucura. O frisson foi justificado com uma nota 14.166. A avaliação passou por revisão, mas não foi alterada.

Mesmo assim, a brasileira assistiu boa parte do restante da prova confortável na primeira colocação. Antes, a italiana Manila Esposito havia ficado abaixo (12.133). A chinesa Ou Yushan (13.000), a japonesa Rina Kishi (13.166), a romena Ana Barbosu (13.700) e a italiana Alice D’Amato (13.600) virem logo depois. Com boas apresentações no geral, mas com erros importantes — como saltos finalizados fora do tablado —, não ameaçaram a liderança de Rebeca Andrade. Com isso, a expectava se moldou a um novo duelo pessoal com Biles.

Durante o aquecimento, a norte-americana caiu e mancou no retorno ao banco. Pareceu ter sentido desconforto maior antes do último ato nos Jogos Olímpicos de Paris, mas nada que a impedisse de se apresentar. Mostrou-se à vontade com mortais de grandes alturas. Pecou ao pisar fora do tablado duas vezes, mas compensou com o movimento Biles II, de altíssima dificuldade. Os descontos foram mínimos com nota 14.133, mas suficiente para dar o primeiro lugar a Rebeca Andrade.

 

Os maiores medalhistas brasileiros da história dos Jogos Olímpicos

  1. Rebeca Andrade – Ginástica: 2 ouro, 3 pratas e 1 bronze (6 medalhas)
  2. Robert Scheidt – Vela: 2 ouros, 2 pratas e 1 bronze (5 medalhas)
  3. Torben Grael – Vela: 2 ouros, 1 pratas e 2 bronze (5 medalhas)
  4. Serginho – Vôlei: 2 ouros e 2 pratas (4 medalhas)
  5. Isaquias Queiroz – Canoagem: 1 ouro, 2 pratas e 1 bronze (4 medalhas)
  6. Gustavo Borges – Natação: 2 pratas e 2 bronzes (4 medalhas)
  7. Marcelo Ferreira – Vela: 2 ouros e 1 bronze (3 medalhas)
  8. Bruninho, Giba, Dante e Rodrigão – Vôlei: 1 ouro e 2 pratas (3 medalhas)
  9. Ricardo e Emanuel – Vôlei de Praia: 1 ouro, 1 prata e 1 bronze (3 medalhas)
  10. Rodrigo Pessoa – Hipismo, Fofão – Vôlei e Cesar Cielo – Natação: 1 ouro e 2 bronzes (3 medalhas)
  11. Mayra Aguiar – Judô: 3 bronzes (3 medalhas)

 

(Foto: Divulgação/COB)

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