Dados do IBGE e da Conab revelam que os consumidores no Brasil enfrentarão preços mais elevados para o café durante a safra de 2025.
As razões incluem uma diminuição na disponibilidade interna do grão, com uma produção projetada para ser 4,4% inferior ao que foi observado nos períodos de 2023-2024, devido a condições climáticas adversas. Além disso, o aumento nos preços do café no cenário global estimula a exportação, resultando em uma diminuição da oferta e elevando os preços internamente.
Segundo dados do IBGE, até junho de 2024, a inflação do café atingiu 3,42%. No encerramento do ano anterior, o aumento acumulado nos preços foi de 39,60% em um ano, resultando em um valor de R$ 48,90 por quilo. Para 2025, a expectativa é que esses preços continuem a crescer.
Neste ano, as perspectivas para o consumo interno não são animadoras: as previsões de mercado indicam que o preço do café pode aumentar em 20%, enquanto a colheita deve cair. A previsão é de que a produção fique em 51,8 milhões de sacas, em comparação com os 55,1 milhões do ano anterior.
O café arábica, a variedade mais cultivada no Brasil (que ocupa o primeiro lugar global em sua produção), enfrentará uma significativa diminuição na colheita. Minas Gerais, que é responsável por 70% da produção do país, pode observar uma redução de 12,1% nas safras.
O valor da saca de café arábica (60 quilos) atingiu R$ 2.301,60 em janeiro de 2025, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), conforme reportado pelo jornal O Globo. Esse montante representa a cotação mais alta registrada nos últimos 28 anos.
Ao final de janeiro, o preço da saca, que seguiu em alta, alcançou um novo patamar histórico: foi vendido por R$ 2.550,00.
No que diz respeito ao café arábica, houve uma valorização de até 145% no preço da saca em comparação aos últimos 12 meses.
As transações dos contratos futuros de café nas bolsas internacionais também apresentam alta. Esse aumento nos preços é resultado de uma apreensão generalizada em relação a uma possível falta de oferta global do grão, influenciada por alterações climáticas, e pela insegurança em relação às regulamentações ambientais que impactam o cultivo do café, as quais visam reduzir o desmatamento e, consequentemente, restringir a expansão das plantações. Contudo, essa preocupação é mais intensa na Europa, conforme reportado pela Forbes. (Foto: Reprodução)