O novo edifício administrativo do governo de São Paulo terá um investimento de R$ 4,7 bilhões, quantia que será quitada pelo estado em um prazo de 30 anos ao concessionário que ganhar a concorrência para construir, gerenciar e operar comercialmente a nova instalação.
Conforme o contrato de concessão apresentado nesta sexta-feira (24), com a iniciação da consulta pública, a administração do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) financiará cerca de 50% das obras, aportando R$ 2,2 bilhões, além de arcar com R$ 7,2 bilhões em custos de manutenção das edificações durante a vigência do contrato.
A construção de 250 mil metros quadrados irá se estender ao redor da praça Princesa Isabel, localizada no bairro Campos Elíseos, no coração de São Paulo, onde residem aproximadamente 600 famílias de baixa renda que serão removidas. O acordo prevê um investimento de R$ 825,7 milhões para a aquisição dos imóveis.
A participação popular acontece após a seleção do projeto de arquitetura, que foi divulgada em agosto do ano anterior.
Nesse contexto, entidades e especialistas em urbanismo levantaram preocupações sobre a falta de envolvimento da comunidade e os perigos de que residentes de baixa renda possam ser expulsos de suas casas.
Segundo o secretário de Projetos Estratégicos, Guilherme Afif Domingos, a desapropriação das propriedades terá início em 2026. Isso abrange a realocação de aproximadamente 600 famílias que residem em cortiços e ocupações na região onde os edifícios públicos serão construídos.
A administração pública está elaborando um sistema de atendimento prioritário para essas famílias, seguindo o modelo dos programas habitacionais oferecidos pela CDHU, que fornece subsídios para a compra de imóveis voltados para o interesse social. “Nossa intenção é focar nesse segmento social e garantir que um maior número de famílias permaneça na área, sempre que possível”, afirma Afif Domingos. “Não haverá isenção de taxas.”
Conforme suas declarações, para realocar os habitantes, serão construídas novas opções de moradia em um intervalo de até 1 quilômetro. As famílias também terão acesso a um aluguel social até que as casas sejam entregues, embora os valores ainda não tenham sido determinados. O secretário indicou a chance de formar uma colaboração com a prefeitura para a concessão desse auxílio.
As outras desapropriações que não se ajustam a esse critério serão realizadas pela empresa ganhadora do leilão, que efetuará as compensações financeiras conforme determinado pelo governo. (Foto: IAB/SP/Divulgação)