O deputado estadual Gilberto Cattani, do PL de Mato Grosso, virou alvo de um novo pedido de cassação de seu mandato, desta vez por parte da vereadora Maysa Leão (Republicanos-MT).
A parlamentar acionou a Assembleia Legislativa contra Cattani após ele publicar nas redes sociais trecho de uma entrevista concedida por ela a um podcast, na qual se posicionou de forma contrária à castração química de estupradores justificando que a ação “macularia a civilidade” por ir contra o que preconiza a legislação brasileira.
Gilberto Cattani postou apenas alguns segundos da fala da vereadora e argumentou que ela era “a favor de estupradores”. Após a publicação, Leão passou a ser alvo de ameaças de estupro para parar de “defender bandido” e registrou um boletim de ocorrência contra Cattani por violência política de gênero, além de entrar com pedido de cassação do deputado.
Em junho, o deputado já havia sido alvo de processo de cassação por comparar, em pelo menos três ocasiões, a gravidez de mulheres com a gestação de vacas para justificar um projeto contra o aborto.
Morador do assentamento Pontal do Marape, localizado na zona rural de Nova Mutum, há mais de duas décadas, Cattani tem 50 anos de idade, é casado e pai de três filhos. Ele disputou sua primeira eleição para deputado estadual por Mato Grosso em 2018 e com 11.629 votos ficou na primeira suplência.
Discípulo do filósofo Olavo de Carvalho (1947-2022) e fiel seguidor do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, Gilberto Cattani atua em defesa dos produtores rurais e de pautas conservadoras. Em 2021, em decorrência da morte do deputado Silvio Favero, de quem era primeiro suplente, assumiu a vaga na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e foi reeleito em outubro de 2022 com 44.705 votos.
Cattani ministrou, em 2021, palestras sobre reforma agrária no Paraná, Rio Grande do Sul e em Mato Grosso, nas três edições do congresso conservador Brasil Profundo e no CPAC, maior evento conservador do país, realizado em 2022 no interior de São Paulo.
Gilberto Cattani também protocolou uma ação judicial contra Maysa Leão sob a alegação de que ela teria cometido os crimes de calúnia e difamação por “acusar sem provas” que ele teria “incitado pessoas a cometerem crime”. (Foto: JLSIQUEIRA/Assembleia Legislativa de Mato Grosso)