Quaest: aprovação de Lula para de cair com melhora entre evangélicos e na região Sul

Governo conseguiu frear piora na avaliação nesses dois segmentos, que era constante desde agosto. A aprovação de Lula entre os evangélicos aumentou de 35% para 39% em dois meses. Na região Sul, houve um aumento de sete pontos percentuais na avaliação positiva do presidente

 

Pesquisa realizada pela Quaest e divulgada nesta quarta-feira (8) pelo portal g1 aponta que 50% dos brasileiros aprovam o trabalho do presidente Lula (PT), enquanto 47% desaprovam, configurando um empate técnico entre os dois grupos – margem de erro de 2,2 pontos. Essa é a primeira vez que a aprovação e a desaprovação do presidente se equiparam desde o início de seu mandato. Os dados indicam uma oscilação mínima em comparação com a última pesquisa, realizada em março. Na ocasião, 51% dos entrevistados aprovavam o trabalho de Lula, enquanto 46% desaprovavam.

Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, a estabilização dos números reflete uma interrupção na queda da aprovação, principalmente devido à cessação da deterioração da imagem de Lula no Sul do país e entre os evangélicos. Nunes observou que ainda persiste uma percepção negativa em relação à economia, com muitas pessoas sentindo que Lula não estaria cumprindo suas promessas.

“A aprovação parou de cair, muito porque [a avaliação de Lula] parou de piorar no Sul e entre os evangélicos. As pessoas ainda têm uma percepção negativa da economia, acham que Lula não está entregando o que prometeu”, afirma Nunes.

Entre os evangélicos, grupo no qual Lula registrou anteriormente uma alta taxa de desaprovação, houve uma redução significativa, com 58% agora desaprovando seu trabalho, em comparação com os 62% registrados em março. A aprovação nesse grupo aumentou de 35% para 39% no mesmo período, indicando uma mudança de percepção. Na região Sul, houve um aumento de sete pontos percentuais na avaliação positiva do presidente, passando de 40% para 47%, enquanto a rejeição diminuiu de 57% para 52%.

“Mas, dá para especular que, obviamente, esse evento de grandes proporções terá efeito sobre a imagem e percepção que as pessoas têm sobre o governo”, afirma o diretor da Quaest.

A pesquisa também abordou a avaliação geral do governo Lula, revelando que 33% dos entrevistados a consideram positiva, mesma proporção dos que a avaliam de forma negativa. Os que consideram o governo regular aumentaram de 28% para 31%. Quanto à direção do país, 49% acreditam que está errada, enquanto 41% a consideram correta.

Sobre as intenções de Lula, 51% dos entrevistados acreditam que o presidente é bem-intencionado, enquanto 42% discordam dessa afirmação. Quanto ao cumprimento das promessas de campanha, a maioria (63%) acredita que Lula não tem conseguido cumpri-las. Quando questionados sobre para quem o governo Lula trabalha, 52% acreditam que atende às necessidades de todos.

Em relação à economia, 38% dos entrevistados acreditam que piorou nos últimos 12 meses, enquanto 27% consideram que melhorou. Para os próximos 12 meses, 48% têm expectativa de melhora na economia.

“A gente está vendo no Brasil também dados positivos da economia, [porém], o patamar de onde parte para essa melhora ainda não é suficiente para gerar uma sensação de melhora. No caso americano, fala-se muito do histórico inflacionário. A verdade é que a inflação se controlou nos últimos tempos, mas em um patamar tão alto, que o que se comprava há cinco [ou] oito anos atrás, não se compra mais hoje. No caso brasileiro, isso me parece ser muito parecido, a gente tem um controle nos últimos meses e anos, em relação à inflação, mas a gente tem um histórico de tantos anos negativo, que esse poder de compra real está abalado”.

A pesquisa, encomendada pela Genial Investimentos, ouviu 2.045 pessoas em 120 municípios entre os dias 2 e 6 de maio, com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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