No ano, a inflação oficial acumula alta de 4,04% e, nos últimos 12 meses, de 4,68%. Variações de novembro apontam inflação rumo ao cumprimento da meta para o ano
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,28% em novembro – 0,02 ponto percentual a menos do que os 0,30% estimados por economistas – , segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a inflação acumula alta de 4,68% em 12 meses. Está, portanto, dentro da meta estabelecida para o ano: até 4,75%.
O Brasil não fecha um ano com a inflação dentro do teto desde 2020. De acordo com o instituto, em novembro, a alta de preços foi puxada pelo aumento dos alimentos. Eles subiram 0,63% e responderam por 0,13 ponto percentual dos 0,28% da inflação do mês –isto é, quase a metade do índice.
“As temperaturas mais altas e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país são fatores que influenciam a colheita de alimentos, principalmente os mais sensíveis ao clima, como é o caso dos tubérculos, dos legumes e das hortaliças”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida.
As altas da cebola (26,59%), da batata-inglesa (8,83%), do arroz (3,63%) e das carnes (1,37%) pressionaram a variação de 0,75% do subgrupo alimentação no domicílio. Entre as quedas, destacam-se o tomate (-6,69%), a cenoura (-5,66%) e o leite longa vida (-0,58%).
Também a alimentação fora do domicílio registrou alta em novembro, de 0,32%, mas desacelerou em relação ao mês anterior, quando teve expansão de 0,42% nos preços. A alta da refeição (0,34%) também foi menos intensa que a registrada em outubro (0,48%).
No geral, seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês. Além dos alimentos, outro destaque da inflação de novembro foi o grupo Habitação, que registrou alta de 0,48%. “Influenciada por diversos reajustes que foram aplicados por concessionárias de serviços públicos”, justifica Almeida.
A energia elétrica residencial fechou o mês com preços 1,07% acima do mês anterior, por conta dos reajustes aplicados em quatro áreas: Goiânia (6,13%), reajuste de 5,91% a partir de 22 de outubro; em Brasília (4,02%), de 9,65% a partir de 22 de outubro; em São Paulo (2,80%), de 6,79% em uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 23 de outubro; e em Porto Alegre (0,91%), de 1,41% em uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 22 de novembro.
Já no grupo dos transportes, o resultado foi influenciado pelo aumento nos preços da passagem aérea. Elas subiram 19,12% em novembro. Os combustíveis, em compensação, ficaram 1,58% mais baratos. A gasolina caiu 1,69% e o etanol, 1,86%. O grupo ainda foi afetado pela alta do táxi (2,22%), que decorre dos reajustes de 6,67% aplicado em São Paulo (6,02%), a partir de 28 de outubro, e de 20,84% aplicado em Porto Alegre (5,69%), a partir de 9 de outubro.
Por conta da gratuidade nos transportes metropolitanos concedida a toda a população nos dias de realização das provas do ENEM (05 e 11 de novembro), São Paulo (0,42%) registrou redução de 6,45% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público. Já em Salvador, houve alta nos subitens ônibus urbano (3,52%) e integração transporte público (2,59%), em função do reajuste de 6,12% nas passagens, a partir de 13 de novembro.
Salário mínimo
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,10% em novembro, segundo o IBGE. O índice serve como base para o reajuste do salário mínimo. O INPC registra alta acumulada de 3,14% no ano. Já o acumulado dos últimos 12 meses é de 3,85%, abaixo dos 4,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2022, a taxa foi de 0,38%.
Os produtos alimentícios tiveram variação de 0,57% após alta de 0,23% em outubro. Nos produtos não alimentícios, houve variação negativa de 0,05%, abaixo do resultado de 0,09% observado no mês anterior. Quanto aos índices regionais, cinco áreas registraram queda em novembro, com São Luís tendo o menor resultado (-0,45%), influenciado pela queda da gasolina (-3,92%), e o Rio de Janeiro (0,46%) com o maior, pressionado pela alta da taxa de água e esgoto (7,60%).
(Foto: Mariana Gonçalves/g1)