Henrique Acker (correspondente internacional) – O Presidente Vladimir Putin alertou nesta sexta-feira (13/9), que o apoio dos EUA ao uso de armas de longo alcance pela Ucrânia em território russo seria o equivalente à entrada da OTAN em guerra contra a Rússia.
A solicitação para a autorização de uso de mísseis de longo alcance (Storm Shadows) por parte de Volodymyr Zelensky já recebeu o aval do governo britânico, mas a decisão só deverá ser tomada em conversa entre o Presidente Joe Biden e o primeiro-ministro Keir Starmer.
O uso de mísseis de longo alcance em território russo exigiria uma intervenção direta de logística e planos por militares da OTAN, tanto na localização de alvos quanto na operação dos equipamentos usados para conduzir essas armas, mesmo que nos limites do território ucraniano. Recentemente Zelensky também incentivou os países vizinhos à Rússia a interceptar mísseis e drones inimigos que atravessem suas fronteiras.
Zelensky conta com Kursk para negociações de paz
Enquanto Grã-Bretanha e EUA discutem o emprego de mísseis de longo alcance em território russo, as tropas de Moscou vão ganhando terreno na ofensiva no Donbass. As forças russas avançaram 1.000 km² no leste da Ucrânia em agosto e setembro.
Ao mesmo tempo, a ofensiva ucraniana na região fronteiriça de Kursk parece ter sido contida pelas tropas russas. Uma contra-ofensiva está em marcha e as perdas de soldados e equipamentos da Ucrânia são pesadas.
A preocupação de Volodymyr Zelensky é com as metas que estabeleceu para o seu “Plano de Vitória”, que pretende discutir ainda em setembro com Joe Biden e os candidatos democrata (Kamala Harris) e republicano (Donald Trump) à Presidência dos EUA.
O plano teria quatro pontos e o primeiro seria, justamente, a tomada da região russa de Kursk, que serviria para barganhar o território do Donbass, hoje praticamente sob o controle da Rússia.
Os outros três pontos do plano de Zelensky são: o lugar estratégico da Ucrânia na infraestrutura de segurança mundial; medidas para forçar a Rússia a pôr fim à guerra, através de meios diplomáticos; e questões de caráter econômico.
China e Brasil também têm plano de paz
Em entrevista a uma cadeia de TV, o candidato a vice-presidente dos EUA na chapa republicana JD Vance revelou que Donald Trump tem um plano de paz, que pretende discutir com russos, ucranianos e a União Europeia.
Segundo Vance, o plano passaria pela criação de uma zona desmilitarizada na fronteira entre os dois países e garantias à Rússia de que a Ucrânia não se juntaria à OTAN ou a qualquer outra organização aliada.
Em coletiva de imprensa concedida também em 13 de setembro, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, defendeu o Plano de Paz apresentado em maio pela China e o Brasil para solucionar o conflito na Ucrânia.
O texto propõe a negociação direta entre a Ucrânia e a Rússia a partir de três princípios: não expansão do campo de batalha; não escalada dos combates; e a não inflamação da situação. Segundo Ning, o plano foi bem recebido por mais de 110 países e procura garantir a “estabilidade nas cadeias de abastecimento globais”.
No entanto, em entrevista ao portal Metrópoles, em 11 de setembro, o Presidente Zelensky não só chamou de “posição destrutiva” a iniciativa da China e do Brasil, como acusou o governo Lula de ser pró-Rússia.
Por Henrique Acker (correspondente internacional)
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