‘Prisão de González torna tudo mais difícil’, diz Amorim sobre Venezuela

Assessor do presidente Lula afirma haver escalada autoritária na Venezuela e não vê abertura para diálogo

 

O assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim, disse nesta terça-feira (3) à agência de notícias Reuters que a eventual detenção de Edmundo González, candidato da oposição venezuelana, seria uma prisão política, e que o Brasil “não aceita que haja prisioneiros políticos”.

Na segunda (2), o Ministério Público da Venezuela, alinhado ao governo de Nicolás Maduro, ordenou a prisão de González depois que o líder opositor ignorou pela terceira vez uma intimação da Justiça. O ex-candidato à Presidência é acusado de desobediência das leis, falsificação de documentos públicos, conspiração, usurpação de funções e sabotagem —crimes que podem acarretar em até 30 anos de prisão.

Ainda de acordo com Amorim, essa ordem de prisão causou preocupação no governo brasileiro, que vê agora um cenário muito mais difícil para uma solução negociada com o ditador Nicolás Maduro, que foi declarado vencedor do pleito presidencial de julho pelo Conselho Nacional Eleitoral, de maioria chavista, mesmo sem apresentar as atas eleitorais.

Para o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, a decisão dificulta a tentativa de acordo que vem sendo negociada por Brasil e Colômbia. “Torna tudo ainda mais difícil”, disse Amorim. O diplomata, no entanto, afasta a possibilidade de o Brasil adotar uma postura mais contundente contra Maduro. “Eu sou do tempo da bossa nova. A gente nunca sobe o tom.”

Na semana passada, Lula reiterou que não reconhece a vitória de Maduro nem da oposição. “A oposição fala que ganhou, ele fala que ganhou, mas não tem prova. Estamos exigindo a prova. Ele tem direito de não gostar. Eu falei que era importante convocar novas eleições”, disse Lula em entrevista à Rádio MaisPB.

(Foto: Sérgio Lima/Poder360)

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