Presos com 1,1 milhão são ligados a deputado e empresário poderoso

Belém (PA)  – No último final de semana, a Polícia Federal prendeu Jacob Aarão Serruya Neto, lotado no gabinete do deputado federal Antônio Doido (MDB), com o cargo de secretário parlamentar, e o empresário Wandson de Paula Silva, após o saque de R$ 1,1 milhão em espécie numa agência bancária do bairro Umarizal, em Belém.

A movimentação chamou a atenção da PF, que efetuou a prisão para apurar possível lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo agentes políticos e empresários. Após audiência de custódia os dois foram liberados para responder em liberdade. Mas antes tiverem seus carros e telefones celulares apreendidos.

Wandson é empresário no ramo de alimentação e fornece para diversas prefeituras e repartições públicas do Estado. No momento da prisão ele repassava o dinheiro sacado para Jacob. O Portal Ver-O-Fato, que revelou em primeira mão os nomes dos presos, afirma que o dinheiro seria destinado ao empresário Alexandre Coelho.

INFLUENTE – Nos bastidores da política Alexandre Coelho se tornou um nome poderoso. Inclusive, comenta-se que durante o período em que sua cunhada, Renata Miralha Coelho, foi secretária de Planejamento e Administração, era comum a romaria de políticos à sua porta para tentar a liberação de recursos.

Registre-se que foi justamente no período em que Renata era a chefe da Seplad que as dificuldades financeiras do Estado se acentuaram e o governo deixou até mesmo de honrar com o dinheiro das emendas parlamentares, de deputados federais e senadores, que já haviam ingressado nos cofres públicos. Hoje ela é a superintende estadual do Detran.

Tido no meio político e empresarial como influente articulador da empresa OCC Participações e Construções, Alexandre Coelho tem sua digital em praticamente todas as grandes obras do governo Helder Barbalho. Foi da OCC a reforma de mais de R$ 500 milhões do Estádio Mangueirão. As obras do Canal da Mundurucus e da avenida Beira Mar, em Salinópolis, como também a reforma do Estádio Colosso do Tapajós, em Santarém.

 

 

Na esteira da COP 30, a OCC comanda as obras do Canal da Avenida Tamandaré, da Doca de Souza Franco e do Canal do Tucunduba. Ao todos são mais de R$ 3 bilhões em contratos, o que faz que a empresa seja uma das grandes preferidas para as grandes obras do Estado. O ano passado, a OCC abocanhou a licitação que privatizou parte da PA 150, de Belém a Marabá. Todas essas obras podem ser acompanhadas no site da empresa cujo endereço eletrônico é https://occpar.com.br/

O dedo de Alexandre Coelho pode ser visto em praticamente toda as grandes iniciativas do governo. Quando recentemente o governo anunciou a intenção de privatizar a administração das escolas, o secretário de Educação, Rossieli Soares, foi visto saindo da casa de Alexandre. Tratavam desse assunto ou da qualidade da educação?

A apreensão dos celulares e quebra do sigilo telefônico dos mesmos pode jogar luz sobre essa relação promíscua entre empresários e políticos, que tem tornado as campanhas eleitorais milionárias, acentuando a força do poder econômico na escolha dos eleitos.

 

 

Conforme o Ver-o-Fato, informações procedentes de fontes policiais revelam que “em 17 de janeiro de 2025 irá ocorrer um saque de 1 milhão de reais da conta da empresa A C  Silva Comércio, no Banco do Brasil da rua Senador Lemos, de Belém, para pagamentos  de propina para servidores  públicos”.

Ainda de acordo com o portal, “feita a verificação inicial  dos fatos por parte da Unidade de Análise – UA/DPRJ/SR/PF/PA , lavrou-se a Informação Policial  11/2025, onde se aventa a possibilidade  de utilização  da empresa A C  Silva Comércio para fins escusos, especialmente, desvio de  recursos públicos, corrupção e lavagem de capitais”.

O portal Opinião em Pauta disponibiliza espaço para a manifestação das pessoas e empresa citadas na matéria.

Na imagem destacada feita pela Polícia Federal, volumes de dinheiro apreendido.

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