Wellington Macedo de Souza foi condenado pela Justiça do Distrito Federal a seis anos de prisão pelo crime. Blogueiro trabalhou no então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, como assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, da ex-ministra e senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Foi preso na tarde desta quinta-feira (15), na Cidade do Leste, localizada no extremo leste do Paraguai, o blogueiro Wellington Macedo, um dos três condenados por tentar explodir uma bomba em um caminhão próximo ao Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro. Ele deve ser entregue à Polícia Federal (PF) na Ponte da Amizade, que faz fronteira entre Foz do Iguaçu (PR) e Cidade do Leste, ainda nesta quinta. A informação foi antecipada pelo portal G1.
Wellington estava foragido desde 5 de janeiro, após ter a prisão decretada pela Justiça. Na véspera de natal de 2022, a Polícia Civil do Distrito Federal descobriu um plano para explodir um caminhão-tanque nas proximidades do aeroporto de Brasília. A dinamite foi vista pelo motorista do veículo que avisou a Polícia Militar. O objetivo do grupo era gerar casos para atrapalhar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia dos envolvidos consistia em provocar as Forças Armadas a decretar um “estado de sítio” e fazer uma espécie de intervenção militar.
Nos dias seguintes, os policiais civis prenderam duas pessoas acusadas de elaborar e executar o plano – George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, que se encontram presos hoje cumprindo pena em regime fechado. Macedo era o único dos acusados que permanecia foragido. Ainda há um quarto suspeito que não foi identificado pelos investigadores. George Washington foi condenado a nove anos de prisão. Ele é acusado de ter trazido o explosivo a Brasília e montado o artefato. Ele viajou de Xinguara, no Pará, carregado de armamentos.
O blogueiro frequentava o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército antes de tentar explodir o aeroporto, e estava hospedado em um hotel no Setor Hoteleiro Norte, em Brasília. Dois dias após o plano dar errado, ele rompeu a tornozeleira eletrônica. “Ele frequentou o acampamento. Além disso, frequentou outras regiões do DF, inclusive uma casa em Águas Lindas. Fizemos uma busca lá, mas ele não se encontrava no local. Nós tivemos acesso à localização até o momento que ele rompeu a tornozeleira eletrônica, em Ceilândia”, disse o delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Leonardo de Castro Cardoso, que conduziu as investigações no DF, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, no mês passado.
Antes de ser preso nesta quinta, a última informação era de que Wellington estava no Paraguai, e tentou se credenciar para posse do presidente paraguaio Santiago Peña, em Assunção, no mês passado. O pedido foi negado pelo governo paraguaio, após o governo brasileiro ter avisado sobre a possível presença de Wellington. O blogueiro era procurado pela PCDF no caso da bomba, e pela PF correspondente aos atos de tentativa de invasão à sede da corporação, em 12 de dezembro do ano passado.
Condenação
Wellington foi condenado no mês passado a seis anos de prisão por envolvimento na tentativa de explosão do aeroporto. Ele transportou em seu carro até o aeroporto o comparsa Alan, que instalou a bomba no caminhão-tanque próximo ao local, na véspera do Natal do ano passado. A trama ainda contou com a participação de George Washington de Sousa, apontado como mentor.
Antes de levar uma vida criminosa, o blogueiro trabalhou no então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, como assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, da ex-ministra e senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Entre os meses de fevereiro e outubro de 2019, período em que trabalhou no ministério, Wellington era responsável por despachar medidas que iam da destinação de verbas para custear viagens de serviço à contratação de uma empresa para transportar “bagagens para todas as regiões dentro do Brasil e transporte de veículo do tipo automóvel e motocicleta dentro do território nacional”, como constava no site do ministério.
O ex-assessor acumulou, ao longo dos oito meses no Ministério da Mulher, cerca de R$ 82 mil em salários. Graças ao Portal da Transparência, o Correio constatou que Wellington também requereu e recebeu cinco parcelas do auxílio emergencial de R$ 600, em 2020.
(Foto: Reprodução/Facebook)