Daniel Noboa determinou que as Forças Armadas atuem pela neutralização de grupos criminosos
O presidente do Equador, Daniel Noboa, emitiu um decreto no qual reconhece a existência de um “conflito armado interno” no país sul-americano. Através do Decreto Executivo 111, o líder identifica vários grupos do crime organizado transnacional como “organizações terroristas e atores não estatais beligerantes”.
Esses grupos incluem Águias, ÁguiasKiller, AK47, Cavaleiros Negros, ChoneKiller, Choneros, Corvicheros, Quartel das Feias, Cubanos, Fatais, Gangsters, Kater Piler, Lagartos, Latin Kings, Lobos, Los p.27, Los Tiburones, Mafia 18, Mafia Trevo, Patrões, R7 e Tiguerones. “Ordenei às Forças Armadas executar operações militares para neutralizar esses grupos”, disse Noboa em sua conta no X.
O decreto acrescenta que “o Conselho de Segurança Pública e do Estado, com base nos relatórios técnicos, atualizará a lista de grupos identificados”. Este documento foi emitido um dia após Noboa declarar estado de exceção e toque de recolher em todo o país, através do Decreto Executivo 110, que foi modificado com o novo texto. Com o estado de exceção, a população já estava obrigada a respeitar um toque de recolher na madrugada.
O reconhecimento de “conflito interno armado” vem no mesmo dia em que criminosos invadiram uma emissora de televisão ao vivo e fizeram jornalistas e funcionários reféns. Na ocasião, cerca de dez homens estavam armados e desferiram socos e chutes nas vítimas. De acordo com postagem da Polícia do Equador na internet, os homens foram capturados e as vítimas foram evacuadas.
Terror no Equador
Desde segunda-feira (8), após a emissão do decreto de estado de exceção, o terror se instalou no Equador. Foram registrados o sequestro de três policiais na Unidade de Polícia Comunitária (UPC) Wilson Franco, na cidade de Machala; assim como o rapto de outro oficial na UPC Llano 1 de Quito; e mais três na província de Los Ríos, na estrada para El Empalme.
Também houve um ataque durante a madrugada contra a UPC de Tenguel, paróquia rural de Guayaquil, em Guayas. Além disso, foram relatados incêndios de veículos nas províncias de Esmeraldas, Los Ríos, Guayas e Pichincha, e uma ação que causou danos a uma passarela, sobre a Autopista General Rumiñahui em Quito. O evento mais recente foi a ocupação do canal TC Televisión, localizado em Guayaquil, na província de Guayas, por pessoas encapuzadas e armadas.
(Foto: Presidência do Equador/AFP)