Prefeituras gaúchas registram o retorno de cerca de 10 mil habitantes às suas moradias

Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) aponta, pela primeira vez, redução no total de desaparecidos

 

Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que monitora a situação das cidades gaúchas atingidas pelas enchentes que tomaram o Estado desde o fim do mês passado, registra que, pela primeira vez, o número de desabrigados e desalojados diminuiu. Houve uma redução de quase mil pessoas em abrigos e de nove mil no total de desajolados (pessoas que estavam em casas de amigos e familiares e puderam retornar às suas casas).

No entanto, ainda há 90,5 mil pessoas desabrigadas e 642 mil desalojadas. Os dados constam na edição da tarde de quarta-feira (15, do boletim diário atualizado pela CNM. Também ocorreu queda nos dados de desaparecidos, de 816 para 469. A entidade municipalista segue com esfoços para contatar as gestões de cada Município a fim de entender o cenário e auxiliar na atualização dos dados no sistema federal. Até o momento, são 149 mortes confirmadas.

Por ora, 74 Municípios gaúchos já comunicaram prejuízos que ultrapassam R$ 9 bilhões. O Rio Grande do Sul possui 449 Municípios afetados. No entanto, a maioria dos 330 que registraram decretos de anormalidade no sistema federal começaram a detalhar apenas dados materiais e humanos. Os dados são, portanto, parciais e atualizados diariamente à medida que as gestões conseguem se reorganizar.

O levantamento traz também que, desde o dia 29 abril, as tempestades no Estado do Rio Grande do Sul já causaram mais de R$ 9 bilhões em prejuízos financeiros. São 449 Municípios afetados, segundo a Defesa Civil Estadual. Destes, 320 Municípios em situação de emergência e 46 em estado de calamidade pública devidamente reconhecidos pelo governo do estado do Rio Grande do Sul e pelo governo federal, por rito sumário, sendo que 330 registraram os decretos no sistema federal.

A CNM destaca que a maioria dos Municípios que registraram seus decretos de anormalidade começou a detalhar os danos materiais e humanos. Já sobre prejuízos, apenas 74 Municípios começaram a inserir os valores de prejuízos públicos e privados. Portanto, o total de R$ 9 bilhões diz respeito aos prejuízos de 74 Municípios. Reitera-se que as informações são parciais e as informações são atualizadas diariamente pelos Municípios, uma vez que em algumas localidades os níveis da água já começaram a baixar.

Setores mais afetados

O total de R$ 9 bilhões em prejuízos foi informado pelos Municípios, mas são parciais e estão sendo alterados pelos gestores locais à medida que o nível da água continue a baixar. Desse total, tem-se que R$ 2,4 bilhões são no setor público, R$ 2 bilhões no setor privado e a maioria dos prejuízos, por enquanto, referem-se ao setor habitacional, com R$ 4,6 bilhões, sendo mais de 106,3 mil casas danificadas ou destruídas.

A CNM reitera que os dados são parciais, informados pelos gestores municipais e estão sendo atualizados à medida que mais Municípios preenchem as informações no sistema federal. Por isso, os valores sofrem constantes alterações para mais ou menos à medida que as verificações em campo se intensificam.

 

Confira o impacto nas Habitações:

  • Danificadas: 97,1 mil;
  • Destruídas:  9,2 mil;
  • Total unidades habitacionais: mais de 106,3 mil;
  • Prejuízos na habitação: R$ 4,6 bilhões.

 

Principais setores públicos afetados:

  • Danos materiais (instalações públicas como escolas, hospitais, prefeituras, prédios de serviços públicos, instalações de usos comunitários, etc.): R$ 428,3 milhões em prejuízos;
  • Obras de infraestrutura (pontes, calçamento, asfaltamento de ruas e avenidas, viadutos, sistemas de drenagens urbanas etc.): R$ 1,7 bilhão em prejuízos;
  • Sistema de transportes: R$ 90,6 milhões em prejuízos;
  • Assistência médica emergencial: R$ 8,8 milhões em prejuízos;
  • Sistema de esgotamento sanitário: R$ 18,8 milhões em prejuízos;
  • Limpeza urbana e remoção de escombros (recolhimento e destinação): R$ 37,7 milhões em prejuízos;
  • Geração e distribuição de energia elétrica: R$ 4,8 milhões em prejuízos;
  • Sistema de ensino: R$ 83,8 milhões em prejuízos;
  • Abastecimento de água: R$ 11 milhões em prejuízos;
  • Sistema de controle de pragas e vetores (desinfestação e desinfecção): R$ 1,2 milhão em prejuízos;
  • Distribuição de combustíveis: R$ 2,1 milhões em prejuízos;
  • Segurança Pública: R$ 2 milhão em prejuízos;
  • Telecomunicações: R$ 965 mil.

 

Principais setores privados afetados:

  • Agricultura: R$ 1,3 bilhão em prejuízos;
  • Pecuária: R$ 167 milhões em prejuízos;
  • Indústria: R$ 255,5 milhões em prejuízos;
  • Comércios locais: R$ 127,5 milhões em prejuízos;
  • Demais serviços: R$ 84,5 milhões em prejuízos.

 

Danos humanos

  • 149 mortos;
  • 469 desaparecidos;
  • 90,5 mil desabrigados;
  • 642 mil desalojados;
  • 8,8 mil feridos e enfermos;
  • 3,2 milhão de pessoas afetadas.

 

(Foto: Nelson Almeida/ AFP)

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