Brasília (DF) – Depois de meses de uma longa queda de braços nos bastidores, na tarde desta segunda-feira, 7, a Executiva Nacional do PSB encaminhou para o Tribunal Regional Eleitoral do Pará a nova composição da Comissão Executiva Estadual, que será presidida pelo prefeito de Ananindeua, Daniel Santos.
Antes de protocolar o ato, o presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, se reuniu na tarde desta segunda-feira, em Brasília, com o vice-prefeito de Belém, Cássio Andrade e o deputado estadual Fábio Figueiras. A conversa foi diplomática, mas não houve acordo. Siqueira fez questão de deixar claro que a decisão era política, pois nutre respeito pelos dirigentes que deixam o cargo, sobretudo pela longa história dos Andrade à frente do PSB no Pará.
Enquanto o presidente nacional do partido sugeria que Cássio ficasse como vice de Daniel na nova composição, o vice-prefeito de Belém propunha o contrário. Diante da impossibilidade de um consenso, Siqueira comunicou que enviaria ao T.R.E. a nova direção com o prefeito de Ananindeua à frente (foto abaixo)
Nos próximos dias, Cássio Andrade deve escolher alguém de sua confiança para proceder a transição dos documentos para a nova direção. Daniel fará o mesmo. A nova Executiva do PSB no Pará terá Daniel Santos como presidente, o vice-prefeito de Ananindeua, Hugo Athayde, como vice-presidente; o ex-deputado João Salame como secretário Geral e o vereador de Ananindeua, Alexandre Gomes, como tesoureiro.
No campo das forças progressistas, o PSB foi o partido que mais cresceu nas últimas eleições, elegendo um número de prefeitos maior que o próprio PT. Com um bom tempo de televisão e fundo partidário, sua saída do bloco de apoio ao governador Helder Barbalho significa um revés para as forças governistas.
A história recente do PSB no Pará se confunde com a trajetória da família Andrade. Antes conduzido pelo ex-senador Ademir Andrade e nos últimos anos pelo seu filho, o ex-deputado federal e atual vice-prefeito de Belém, Cássio Andrade.
Nas últimas eleições, o PSB paraense não conseguiu eleger deputado federal, tendo sido sugado pela força esmagadora do MDB, que atraiu as lideranças mais fortes e elegeu uma bancada de 9 deputados federais, deixando vários de seus aliados sem representação, como foram os casos do PP, PSDB, PDT e Republicanos, além do próprio PSB. Essa movimentação hegemonista do MDB paraense deixou insatisfeitas várias cúpulas partidárias em Brasília. O PSB puxou a fila dos que não pretendem repetir a dose em 2026.
Agora, a tarefa da nova direção é preparar o partido para o Congresso Nacional da legenda, que ocorrerá em junho, e organizar a sigla para concorrer às eleições de 2026.