Prefeito bolsonarista manda invadir hospital e aterroriza funcionários

Uma abordagem agressiva ocorreu na unidade de referência em Teófilo Otoni, situada no Vale do Mucuri. Os funcionários foram coagidos e precisaram desempenhar suas funções sob a vigilância de agentes da polícia.

 

 

Para aqueles que acreditam ter presenciado tudo em relação à violência política da extrema direita no Brasil, é importante lembrar que sempre há margem para ações ainda mais insanas. Um exemplo recente aconteceu na última quinta-feira (23), em Teófilo Otoni, uma cidade mineira com 137 mil moradores localizada na região do Vale do Mucuri, no norte do estado.

O chefe do Executivo municipal, Coronel Fábio Marinho (PL), alinhado a Bolsonaro, ordenou a ocupação do Hospital Bom Samaritano, que é um centro de referência no tratamento de câncer para uma região que atende 64 municípios e possui uma população de cerca de um milhão de habitantes.

A determinação foi realizada por diversos funcionários da Prefeitura, incluindo muitos ex-policiais ou aqueles que estavam temporariamente afastados, conforme informaram fontes locais. O objetivo era encenar uma peça que justifica-se uma falsa intervenção que estava fora das normas legais estabelecidas pelo líder do poder Executivo.

Na atitude imprudente e agressiva, os colaboradores da instituição, assustados, foram forçados a atuar sob a pressão do grupo enviado por Marinho, enquanto os pacientes,debilitados, testemunhavam a confusão, atônitos e temerosos da chocante abordagem do “gestor” municipal em relação ao hospital.

De acordo com o vereador João Gabriel Prates (PT), diante do caos estabelecido, não é viável determinar se equipamentos e documentos foram removidos do espaço, uma vez que as portas aparentemente foram forçadas por invasores a mando do prefeito, conforme evidenciam as imagens que estão sendo compartilhadas nas redes sociais.

O Hospital Bom Samaritano, equipado como os típicos “hospitais do câncer”, é uma instituição filantrópica gerida pela Associação Beneficente Bom Samaritano. Suas finanças são positivas e a qualidade do atendimento é considerada excelente para os usuários do SUS, em um contexto onde a saúde pública nem sempre apresenta padrões satisfatórios.

A prefeitura não possui autoridade, em nível hierárquico, que justifique uma intervenção como a que foi proclamada, ainda menos empregando métodos violentos ou de caráter militar. No entanto, o governante de Teófilo Otoni decidiu decretar essa intervenção e persistir na operação“, desconsiderando a lei.

Clipe que está sendo compartilhado em plataformas sociais e aplicativos de troca de mensagens retrata o tumulto que ocorreu no Hospital Bom Samaritano.

No clássico estilo bolsonarista, os mensageiros do prefeito proclamam e ecoam narrativas de que “o hospital virou uma extensão do PT”, um discurso conspiratório bastante familiar que utiliza a “esquerda” como um alvo fácil para explicar os maiores temores.

A ação de reassumir o comando da unidade, através de um decreto que anulou a extinção de um decreto anterior, visava, em última análise, permitir que o grupo político de extrema direita que está à frente da cidade assumisse o controle da gestão do Bom Samaritano. (Foto:   Redes sociais/Reprodução)

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