Polícia pede mais 90 dias para concluir inquérito sobre Pablo Marçal por tentativa de homicídio

Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo é investigado por tentativa de homicídio privilegiado por colocar em risco um grupo em escalada ao Pico dos Marins

 

A Polícia Civil de Piquete, localizada a 208 km de São Paulo (SP), solicitou à Justiça a prorrogação por mais 90 dias da investigação sobre a tentativa de homicídio privilegiado envolvendo Pablo Marçal, pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB, no campo da extrema-direita. A ação faz referência ao caso em que o influencer colocou a vida de 30 pessoas em risco durante uma escalada ao Pico dos Marins em uma madrugada chuvosa. A pena para essa acusação varia de 6 a 20 anos de reclusão, mas pode ser reduzida conforme o Código Penal.

Durante a escalada no interior paulista, o grupo passou mal por causa das condições climáticas adversas.  Marçal defendeu-se dizendo que ninguém foi obrigado a subir a montanha e que cada participante era responsável por suas próprias ações. A escalada ocorreu em janeiro de 2022.

Ele tentou, junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), trancar o inquérito, mas não conseguiu e a investigação continuou. O local no Vale do Paraíba é conhecido pelo turismo montanhoso e conta com 2.420 metros de altitude. No entanto, a Defesa Civil alerta para condições difíceis para aventuras no local. À época, o pré-candidato afirmou em postagem no Instagram que aquele “foi o pior dia de nossas vidas”. Depois, a publicação foi apagada.

O pedido de extensão do prazo foi apresentado na quinta-feira (11) e o Ministério Público concedeu aval para uma prorrogação de apenas 30 dias. A decisão final será tomada pela Vara Única de Piquete. Vale ressaltar que o Ministério Público de Piquete também está averiguando se Marçal descumpriu medidas cautelares durante sua participação no programa “La Casa Digital” em maio deste ano.

No fim de junho deste ano, o Ministério Público obteve uma autorização da Justiça para apurar se Pablo Marçal descumpriu medidas cautelares impostas a ele em janeiro de 2022. A promotora Renata Galhardo Cheuen disse ter tomado conhecimento do programa La Casa Digital, reality show com participação de Marçal em maio deste ano. Ao portal Migalhas, o ex-participante Luiz Gabriel Godoy afirmou ter enfrentado situações de desrespeito e maus tratos durante sua participação, tendo sido, inclusive, submetido a “treinamentos físicos intensos”.

Se a alegação de Luiz Gabriel proceder, pode ser configurado o descumprimento de uma medida cautelar expedida contra Pablo Marçal em janeiro de 2022. Na época, ele foi proibido pelas autoridades de realizar “qualquer atividade externa na natureza (seja em montanhas, picos, rios, lagos, mares, ou em locais correlatos), por si ou por interposta pessoa sem prévia e expressa autorização”.

Em nota, Marçal negou descumprimento de cautelar. “Não colocamos nenhum participante em risco físico durante o evento. Vale ressaltar que minha participação no evento foi meramente como apresentador, não sendo eu o organizador”, disse.

(Foto: Reprodução/Estadão)

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