Criminosos miravam nomes importantes dos governos Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para dar golpes pelo WhatsApp.
Uma quadrilha de estelionatários que usava perfis falsos de ministros de Estado e presidentes de partidos políticos foi alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nesta quarta-feira (5). Por meio da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) e a 5ª Delegacia de Polícia, os agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão, sendo dois destes em cidades no estado de Pernambuco.
A operação interestadual “Shark Attack”, que significa ataque de tubarão, tinha a finalidade de reprimir a associação cibercriminosa voltada à prática de estelionato, na modalidade fraude eletrônica. O grupo, radicado no estado nordestino, criava falsos perfis em um aplicativo de mensagens, colocando fotos de diversos políticos do alto escalão do Poder Executivo, como ministros de Estado e presidentes de partidos políticos.
A partir disso, segundo a Polícia Civil, eles pediam dinheiro para conhecidos desses políticos, que trabalhavam nos ministérios. Em seguida, o grupo transferiam os valores para várias contas, com objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro. O nome dos investigados não foi divulgado, assim como os nomes dos políticos usados nos golpes.
Durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, os policiais civis do DF constataram que os criminosos agiram a partir de uma central de distribuição de sinal de internet clandestina localizada em uma comunidade no Bairro de Piedade, na cidade Jaboatão dos Guararapes (PE). O ponto de sinal de internet utilizado pelo grupo foi para criar perfis falsos de vários ministros de Estado do Governo passado e do atual, segundo a apuração.
Para cumprir os mandados, a PCDF contou com o apoio operacional da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do estado de Pernambuco (DPCRICI/PCPE). As ordens judiciais foram cumpridas nas cidades de Jaboatão dos Guararapes e Paulista. De acordo com a polícia, devido à complexidade de acesso à comunidade no Bairro de Piedade, o principal suspeito da investigação acabou percebendo a movimentação dos agentes e fugiu do local.
No cumprimento dos mandados, foram apreendidos diversos equipamentos de informática ligados à central de distribuição de sinal de internet clandestina do grupo. Os aparelhos vão passar por perícia pelo Instituto de Criminalística para a continuidade das investigações. Pela prática dos crimes de associação criminosa, falsa identidade, estelionato qualificado e lavagem de capitais, os investigados poderão receber uma pena de até 22 anos de prisão.
Confira os nomes dos políticos usados para aplicar os golpes:
- Valdemar Costa Neto (PL), ex-deputado federal
- Jaques Wagner (PT), senador
- Carlos Lupi, ministro da Previdência e presidente do PDT
- Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e senador
- Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento
- Camilo Santana, ministro da Educação
- Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
(Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)