PL rejeita Carlos Bolsonaro por acreditar na sua prisão  

A executiva do Partido Liberal (PL), partido de Jair Bolsonaro, rejeita a filiação do seu filho “zero dois”, o vereador Carlos Bolsonaro, o “Carluxo”, atualmente nas trincheiras do Republicanos. A informação é da colunista Bela Megale, no O Globo. Hoje, Carluxo é filiado ao Republicanos, mas há a certeza de que, se for concorrer à reeleição como vereador em 2024 ou a qualquer outro cargo elegível, migrará para o PL.

A cúpula da sigla avalia a entrada de Carluxo como “sinônimo de problema”. Por outro lado, lideranças do PL dizem que se Bolsonaro quiser, o seu filho predileto não terá dificuldades para fazer parte da legenda. Porém, mesmo com essa avaliação, integrantes do PL apostam que o vereador poderá ser preso antes das eleições de 2024.

Vale lembrar que Carlos Bolsonaro é investigado pelo esquema de “rachadinha” em seu gabinete na Câmara Municipal. Na semana passada, o Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do Ministério Público do Rio (MP-RJ) divulgou um laudo que revela que o chefe de Gabinete de Carlos, Jorge Luiz Fernandes, recebeu um total de R$ 2,014 milhões em depósitos provenientes das contas de seis servidores nomeados pelo filho “zero dois” do ex-presidente.

Provas

A movimentação financeira é a prova mais robusta na investigação sobre suspeita de “rachadinha” no gabinete de Carlos na Câmara Municipal realizada pela 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada.  Fernandes teria usado também contas pessoais para pagamentos de despesas de Carlos. Uma investigação complementar procurará determinar se esses pagamentos foram eventuais ou regulares. No caso da segunda situação, ficará provado que Carlos se beneficiou diretamente do desvio dos salários de seus servidores. O laudo produzido já seria suficiente para imputar o crime de peculato ao chefe de gabinete.

Fernandes é casado com uma das depositantes, Regina Célia, e é cunhado de Carlos Alberto Sobral Franco, que foi lotado no gabinete de Jair Bolsonaro quando o ex-presidente era deputado federal. Visto por funcionários da Câmara como um segundo pai para Carlos, que frequenta a casa do chefe de Gabinete, Fernandes, também conhecido como Jorge Sapão, trabalha no gabinete do “zero dois” desde o primeiro mandato, em 2001.

No geral, 27 pessoas e cinco empresas ligadas a Carlos Bolsonaro foram investigados. A investigação do MP-RJ sobre a prática de rachadinha foi iniciada com base em reportagem publicada pela revista “Época””, em junho de 2019, revelando que sete parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do ex-presidente e sua madrasta, foram empregados no gabinete de Carlos, mas não compareciam ao trabalho.

Os promotores apuram se os funcionários devolviam parte do seus salários ou o valor integral para o vereador, a chamada “rachadinha”. Na época da reportagem, quatro destes servidores admitiram que não trabalhavam no gabinete de Carlos na Câmara do Rio, mesmo tendo sido nomeados e com os salários em dia.

Marta Valle segue sendo um dos maiores alvos do MP, ela é professora de educação infantil e cunhada de Ana Cristina Valle (mãe de Renan Bolsonaro, filho “04 de Bolsonaro”). Ela passou sete anos e quatro meses lotada no gabinete de Carlos.

Segundo o laudo do MP, Marta fez, entre junho de 2005 e março de 2009, um total de R$ 364 mil em saques com cartão logo após receber o salário. O salário dela na época estava cotado em R$ 17 mil, com auxílios. (Foto: Reprodução/Instagram)

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