TJ-DF recursou recurso do ex-piloto, que chamou, em 2021, o britânico de “neguinho”
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) negou o recurso apresentado pela defesa do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet contra uma condenação por ofensas racistas e homofóbicas ao automobilista britânico da Mercedes Lewis Hamilton. O brasileiro terá de pagar uma indenização de R$ 5 milhões. O recurso foi julgado, em 26 de maio, pelo juiz Pedro Matos de Arruda e publicado na última quinta-feira (1º).
Na decisão, o magistrado determinou que o valor seja pago a título de indenização por danos morais coletivos, após uma entrevista concedida por Piquet em novembro de 2021. Nesta entrevista, o ex-piloto brasileiro chamou Hamilton de “neguinho” ao comentar um acidente envolvendo o inglês e Max Verstappen durante o Grande Prêmio de Silverstone, na Inglaterra.
“O neguinho meteu o carro e não deixou [Verstappen desviar]. O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro se f*deu. Fez uma p*ta sacanagem”, criticou Piquet, em entrevista ao jornalista Ricardo Oliveira.
Em outro trecho, o ex-piloto usou expressões consideradas homofóbicas ao se referir a Hamilton. Piquet falava da temporada de 1982, quando foi questionado sobre o campeão daquele ano, Keke Rosberg. “O Keke? Era um bosta, não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele [Nico Rosberg]. Ganhou 1 campeonato. O neguinho [Hamilton] devia estar dando mais cu naquela época, aí tava meio ruim”, complementou o ex-piloto brasileiro.
Piquet se pronunciou em junho de 2022. Pediu desculpas a “todos que foram afetados” e tentou minimizar suas declarações ao dizer que o termo “neguinho” seria “ampla e historicamente usado de forma coloquial na língua portuguesa como sinônimo de ‘pessoa’ ou ‘cara'”. Admitiu, porém, que a fala foi “mal pensada”.
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