Nesta terça-feira (13), a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a punição dos envolvidos no homicídio da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, que aconteceu em 2018 no Rio de Janeiro.
Durante a manifestação, a procuradoria sustentou a necessidade de condenar o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, o ex-deputado federal Chiquinho Brazão, que é irmão de Domingos, o ex-chefe da Polícia Civil do estado, Rivaldo Barbosa, o major da Polícia Militar Ronald Alves de Paula e o ex-policial militar Robson Calixto, que atuava como assessor de Domingos.
A solicitação de penalização integra as considerações finais do processo, sendo a fase final antes da decisão judicial.
Em suas declarações, o vice-procurador Hindenburgo Chateaubriand sustenta que os réus devem ser punidos pelos delitos de organização criminosa e homicídio. Segundo ele, as evidências reunidas durante a investigação demonstram a envolvência dos acusados nas atividades criminosas.
“Os eventos que ocorreram e que levaram ao assassinato de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes, além da tentativa de assassinato de Fernanda Gonçalves [assessora da vereadora], estão devidamente relatados na acusação e foram amplamente discutidos e comprovados no processo penal relacionado, que tramitou na instância adequada do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro”, declarou Hindenburgo.
De acordo com a colaboração premiada do ex-policial Ronnie Lessa, que admitiu ter realizado os disparos contra a vereadora, os irmãos Brazão e Barbosa seriam os responsáveis pela ordem do assassinato. Rivaldo Barbosa teria estado envolvido na organização do crime. Ronald é apontado como aquele que vigiou a rotina da vereadora e passou as informações para o grupo. Robson Calixto teria fornecido a Lessa a arma utilizada na ação criminosa.
Conforme a apuração realizada pela Polícia Federal, o homicídio de Marielle está vinculado à sua oposição aos interesses do grupo político dirigido pelos irmãos Brazão, os quais estão envolvidos em assuntos de terras em regiões dominadas por milícias no Rio de Janeiro.
Durante os depoimentos realizados na fase de instrução, os réus afirmaram não ter envolvimento no homicídio.
O caso está sob a responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes. Ele terá a tarefa de definir a data para a audiência, a qual poderá acontecer ainda este ano. (Foto: Reprodução)